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Cúpula climática terá mais dificuldades após acordo modesto

Cúpula do clima de Paris em 2015 terá uma missão mais difícil para obter um acordo da ONU para desacelerar as mudanças climáticas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 08h54.

Lima - A cúpula do clima de Paris em 2015 terá uma missão mais difícil para obter um acordo da ONU para desacelerar as mudanças climáticas, depois que as esperanças de que um acordo entre Estados Unidos e China fosse uma chave mágica para destravar um impasse global se dissolveram nas conversas preparatórias em Lima. 

No melhor dos casos, Paris pode ser uma chance para reformar um sistema de conversas anuais da ONU --mais de 11 mil delegados compareceram às conversas de dois dias em Lima-- e descobrir maneiras de impulsionar ações de longo prazo para conter as crescentes emissões de gases-estufa. 

Mas o impulso político do acordo EUA-China deu lugar às familiares divisões e “linhas vermelhas” que rotineiramente empacam as conversas, especialmente sobre a questão da diferenciação das responsabilidades dos países riscos e pobres.

“O anúncio EUA-China indicou uma mudança fundamental em colocar países desenvolvidos e em desenvolvimento em um patamar mais igual. Não é surpresa que, em Lima, um monte de países em desenvolvimento resistiram”, disse Elliot Diringer, do Centro para Mudanças Climáticas e Soluções em Energia. 

A Organização das Nações Unidas diz que já está claro que as promessas para reduções de emissões em uma cúpula de Paris, que acontecerá em dezembro de 2015, serão muito fracas para avançar para a meta da ONU de limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais.  

“Teremos muito trabalho a fazer”, disse o ministro francês do Exterior, Laurent Fabius, sobre o desafio de Paris.  Mesmo assim, 2015 ainda carrega uma esperança de reformas para que o sistema da ONU tenha maior controle sobre políticas de emissões de gases-estufa, que são culpados por ondas de calor, inundações, secas e aumento dos níveis do mar. 

Paris pode marcar uma mudança de rumo das duas décadas de diplomacia climática em direção a um sistema mais tecnocrático, que permitiria que compromissos nacionais para ações climáticas fossem comparados e fortalecidos nos próximos anos.

Yvo de Boer, um ex-chefe da ONU para questões climáticas, disse que um problema era que negociadores da ONU não tinham autoridade. “Se os líderes do Grupo dos 20 se reunissem e dissessem ‘vamos fazer isso’, toda essa conversa acabaria em 30 minutos”, disse ele à Reuters. 

De Boer, que agora lidera o Instituto Global de Crescimento Verde, que ajuda países em desenvolvimento, notou que as conversas climáticas anuais cresceram muito desde que 1.000 delegados se reuniram pela primeira vez em 1994.  “Paris pode ser uma oportunidade para mudar isso, se forem identificados pontos que precisam ser completados.

Isso pode ser transformado em um processo técnico, e não político”, disse.  Até agora, no entanto, os sinais não são tão bons.  Os textos concordados em Lima vão obrigar governos a fornecerem apenas alguns vagos planos para limitar emissões de gases-estufa, após a China ter negado um esforço da União Europeia por relatos detalhados dos planos. 

Assim, o resultado das conversas de Lima, que atraíram desde ministros de países da Opep até veganos vestidos como frangos, significa que um acordo em Paris deve ser um mero remendo das ofertas nacionais para conter as emissões.

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