Mundo

Cuba vai eliminar 6,4 mil cargos no setor agrícola

Ministro da Agricultura disse que acontecerão mudanças no funcionamento, estrutura e composição dos sistemas estatal orçamentado, empresarial e cooperativo


	Vista do porto cubano de Mariel: mudanças no setor agrícola
 (Adalberto Roque/AFP)

Vista do porto cubano de Mariel: mudanças no setor agrícola (Adalberto Roque/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2014 às 17h14.

Havana - Cuba anunciou ontem (4) que vai realizar mudanças no setor agrícola com a eliminação de 6.441 cargos, o desaparecimento da União Nacional de Coleta (UNA, sigla em espanhol) e a flexibilização das cooperativas, que constituem a principal força agrícola da ilha.

O ministro da Agricultura, Gustavo Rodríguez Rollero, apresentou hoje um relatório ao plenário da Assembleia Nacional (Parlamento) sobre as reestruturações que serão feitas no sistema agrícola do país com o objetivo de aperfeiçoar o trabalho desse setor e aumentar sua produtividade.

Rodríguez Rollero disse que acontecerão mudanças no funcionamento, estrutura e composição dos sistemas estatal orçamentado, empresarial e cooperativo.

Entre as transformações previstas, se destaca a compactação de estruturas, o que levará a uma redução de 41% do pessoal administrativo do setor no órgão central e nas delegações provinciais e municipais.

Segundo o relatório, essa medida se traduzirá na eliminação de 6.441 cargos e em uma economia anual de uma quantia equivalente a mais de US$ 600 mil.

O ministro disse também que avalia a extinção da União Nacional de Coleta (UNA), uma organização de direção empresarial responsável pela comercialização e distribuição de produtos agrícolas.

A UNA, que administra atualmente 378 mercados agrícolas e outros 1.538 estabelecimentos denominados 'placitas', será integrada ao sistema de Comércio Interior, segundo o relatório.

Rodríguez Rollero também antecipou que serão flexibilizadas as funções das cooperativas, que reúnem 66% dos trabalhadores do setor e são responsáveis pela maior parte da produção agrícola e florestal de Cuba, para eliminar os impedimentos ao desenvolvimento agrícola.

O ministro também disse que existem planos para investir na logística das cadeias produtivas, desde os insumos do produtor até o cliente final.

Detalhou que para impulsionar o desenvolvimento da produção agrícola deve haver o aumento do financiamento externo e do investimento estrangeiro direto.

O plano de reformas do presidente cubano, Raúl Castro, para 'atualizar' o modelo econômico socialista inclui a 'reorganização' do setor agrícola para aumentar a produção de alimentos, um tema considerado de 'segurança nacional', pois o país dedica cerca de US$ 2 bilhões por ano para importar 80% dos mantimentos que consome.

Segundo dados do próprio Ministério da Agricultura, 60% dos alimentos importados podem ser produzidos na ilha.

Uma das reformas econômicas mais importantes empreendidas pelo governo no setor agrícola é o plano de distribuição de terras em usufruto, mas sua exploração ainda não produziu os resultados esperados.

Cuba conta na atualidade com 6,3 milhões de hectares de terrenos agrícolas, dos quais 2,64 milhões possuem cultivos, e foram distribuídos em usufruto mais de 1,5 milhão de hectares desde a aprovação dessa medida no ano de 2008.

Os debates do terceiro período ordinário de sessões da oitava legislatura da Assembleia Nacional cubana terminam amanhã com a análise de temas da economia nacional e a prestação de contas da Controladoria Geral da República.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaAmérica LatinaCubaDesempregoTrigo

Mais de Mundo

Governo Lula se diz irritado com falas de Maduro, mas evita responder declarações

Netanyahu discursa no Congresso americano sob protestos de rua e boicote de dezenas de democratas

Em discurso a irmandade negra, Kamala pede ajuda para registrar eleitores e mobilizar base a votar

Grupo armado sequestra 13 pessoas perto da fronteira da Colômbia com a Venezuela

Mais na Exame