Cuba se prepara para começar a explorar petróleo no Golfo
Viagem da China até Cuba levará dois meses e a plataforma será colocada em operação quase imediatamente quando chegar à ilha
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2011 às 10h14.
Havana - Uma plataforma de exploração de petróleo chinesa deve chegar a Cuba no começo de 2011, abrindo caminho para a exploração dos campos petrolíferos submarinos intocados da ilha.
Empresas com contratos para explorar petróleo e gás natural na parte cubana do Golfo do México já começaram a se preparar para perfurar assim que a Scarabeo 9 chegar ao país comunista.
Um executivo da Saipem, uma unidade da petrolífera italiana Eni, disse à Reuters na sexta-feira (30) que a gigantesca plataforma semissubmersível deve estar pronta no fim deste ano no estaleiro de Yantai, na China.
A viagem até Cuba levará dois meses e a plataforma será colocada em operação quase imediatamente quando chegar à ilha, disse o executivo, que pediu para não ser identificado.
Ela será utilizada primeiro para perfurar um poço de exploração para o consórcio liderado pela espanhola Repsol, que perfurou o único poço em águas profundas de Cuba em 2004 e na época disse que encontrou traços de hidrocarbonetos.
Cuba diz que pode ter até 20 bilhões de barris de petróleo em suas águas, mas o Serviço Geológico dos Estados Unidos tem uma estimativa mais modesta de apenas 4,6 bilhões de barris e de 10 trilhões de metros cúbicos de gás natural.
A Repsol não tem falado sobre a demora para perfurar novos poços, mas se entende que sua relutância se deve ao embargo norte-americano a Cuba.
O embargo limita a tecnologia que a empresa pode utilizar na perfuração, já que os norte-americanos dominam a exploração em águas profundas.
A Repsol planeja perfurar ao menos um poço de exploração e talvez outro. A plataforma então será passada a outras empresas com contratos para perfurar em águas cubanas.
O trecho cubano do Golfo do México foi dividido em 59 blocos, dos quais 17 foram licitados a diversas empresas, entre elas a Repsol, a Petronas da Malásia, a Petrobras, a PDVSA venezuelana e a PetroVietnã.
Por causa do embargo, empresas norte-americanas não podem operar em Cuba.