Cuba prevê déficit na sua força de trabalho nas próximas décadas
Números mostram que, entre 2028 e 2032, 180 mil cubanos darão entrada em pedidos de aposentadoria, contra 120 mil que chegarão à idade ativa
Agência Brasil
Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 15h15.
Uma nova pesquisa do Centro de Estudos de População e Desenvolvimento (Cepde) de Cuba indica que o país sofrerá uma queda da força de trabalho no futuro próximo. Os números, divulgados ontem (26), mostram que, entre 2028 e 2032, cerca de 180 mil cubanos darão entrada em seus pedidos de aposentadoria, contra cerca de 120 mil que chegarão à idade ativa, que começa aos 17 anos em Cuba. A informação é da agência chinesa Xinhua.
De acordo com a pesquisa, publicada pelo jornal oficial "Trabajadores", a diferença entre os dois grupos populacionais aumentará até atingir o "diferencial máximo" de quase 61 mil pessoas em 2032. Em 2015, a ilha tinha 7,2 milhões de pessoas em idade ativa, mas um ano depois, o número caiu para 7,1 milhões.
Recomendações
Os especialistas analisam que uma baixa taxa de natalidade, um aumento da expectativa de vida e uma alta migração externa são as maiores causas dessa situação, que obrigou o governo da Ilha a criar uma comissão há quatro anos com o objetivo de "estimular a fertilidade e atender às necessidades da crescente população dos idosos".
Os especialistas recomendaram a reconfiguração da qualificação da mão-de-obra a fim de aumentar sua produtividade, especialmente quando o número de trabalhadores ativos diminui. Eles também aconselharam a investir em tecnologia para compensar a diminuição do capital humano.
Cuba tem uma população de 11,2 milhões de habitantes, dos quais cerca de 20% tem mais de 60 anos, de acordo com o Escritório Nacional de Estatística. A legislação do país estabelece a idade de 60 anos para a aposentadoria de mulheres e 65 para homens.
De acordo com previsões, Cuba deverá ter uma das populações mais velhas da América Latina até 2050.