Mundo

Cuba e EUA farão comissão para avançar em relação bilateral

Países decidiram criar uma comissão bilateral para definir os temas que discutirão


	Chanceler cubano, Bruno Rodríguez, em entrevista coletiva com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry
 (U.S. Department of State)

Chanceler cubano, Bruno Rodríguez, em entrevista coletiva com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry (U.S. Department of State)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2015 às 16h55.

Havana - Cuba e Estados Unidos acordaram nesta sexta-feira criar uma comissão bilateral para definir os temas que discutirão, após restabelecerem oficialmente suas relações diplomáticas, anunciou hoje o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

"Nas próximas semanas representantes dos dois governos deverão ter os primeiros intercâmbios de trabalho sobre como avançar nesta comissão", disse Rodríguez em entrevista coletiva conjunta com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, após uma reunião entre eles a portas fechadas.

A criação deste mecanismo ajudará a "definir os temas que deverão ser abordados de imediato, incluindo assuntos pendentes de solução", alguns "muito complicados", afirmou o chanceler cubano.

Sobre esta comissão, Kerry disse que os encontros começarão "quase imediatamente, na primeira ou segunda semana de setembro", quando uma delegação americano viajará a Havana.

"Nos próximos dias poderemos traçar uma roteiro para dar os passos que tornem possíveis passar a outro nível" na relação entre os países, ressaltou o secretário de Estado.

O chanceler cubano lembrou que Estados Unidos e Cuba têm concepções distintas em temas de soberania nacional, democracia, direitos humanos, relações de Estado, leis internacionais, e também na "interpretação da história, incluída a da última metade de século XX".

"Estamos dispostos a conversar sobre qualquer um destes temas, aceitando que em alguns será difícil chegar a um acordo", acrescentou.

Rodríguez destacou que Cuba "se sente muito orgulhosa de sua trajetória ao garantir os direitos humanos indivisíveis, as liberdades e direitos civis, e a igualdade de condições para cada cubano e cubana".

Também assinalou que Cuba tem preocupações sobre o tratamento destes assuntos nos EUA e lembrou que na ilha não existe brutalidade policial ou desigualdade racial, nem se observou "a deterioração de alguns modelos eleitorais" em Cuba, onde só o Partido Comunista concorre.

Rodríguez insistiu ainda que, para a plena normalização de relações entre os dois países, é "essencial" o levantamento do embargo econômico sobre a ilha, assim como "a devolução do território usurpado em Guantánamo".

Rodríguez disse acreditar que os Estados Unidos deveriam compensar os cidadãos cubanos pelos danos causados por sua política para a ilha nos últimos 50 anos, e acrescentou que Cuba aspira que sua soberania seja absolutamente respeitada. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCubaDiplomaciaEstados Unidos (EUA)Países ricosPolítica

Mais de Mundo

Bukele promete melhorar economia de El Salvador, mas com 'remédio amargo'

Nasa aborta lançamento de nave da Boeing 3 minutos antes da partida

Eleições na Índia: Modi deve conquistar novo mandato e ampliar maioria, diz boca-de-urna

Polícia iraniana prende 35 pessoas em reunião 'satanista'

Mais na Exame