Cristina Kirchner será julgada por "escândalo dos cadernos"
Escândalo veio à tona em 2018, quando uma reportagem revelou entrega de bolsas com milhões de dólares a altos cargos do governo kirchnerista
EFE
Publicado em 20 de setembro de 2019 às 12h57.
Última atualização em 20 de setembro de 2019 às 14h20.
Buenos Aires — Um juiz federal da Argentina decidiu, nesta sexta-feira, levar a julgamento a ex-presidente Cristina Kirchner e os demais acusados pelo "escândalo dos cadernos", no qual a atual candidata à vice-presidência era investigada por supostamente integrar uma rede de propinas pagas por empresários a integrantes do governo em troca de contratos de obras públicas.
Segundo informaram fontes jurídicas à Agência Efe, o magistrado Claudio Bonadio, encarregado do caso, decidiu concluir as investigações e levar a questão para os tribunais, onde Kirchner - senadora desde 2017 - é acusada dos crimes de formação de quadrilha e suborno passivo.
Além disso, o juiz, como já havia feito outras vezes, solicitou ao Senado que debata e aprove a perda de imunidade da ex-presidente, com o objetivo de que seja detida e cumpra a prisão preventiva, emitida contra Cristina Kirchner em setembro do ano passado.
No entanto, como em outras oportunidades, não espera-se que esse pedido passe na Câmara Alta, por estar dominada pelo peronismo, ao qual a ex-mandatária pertence.
O caso foi descoberto em agosto do ano passado, quando uma investigação jornalística revelou os cadernos onde o motorista Oscar Centeno supostamente detalhava as viagens que fazia por Buenos Aires para entregar bolsas com milhões de dólares a funcionários kirchneristas.
Este julgamento, que afeta também alguns dos mais importantes empresários do país, ainda não tem data para acontecer. Ele se soma a outros processos pelo qual Cristina Kirchner responde - a maioria por suposta corrupção, - e acontece em plena campanha eleitoral para à presidência, no próximo dia 27 de outubro, onde ela e seu candidato Alberto Fernández chegam como favoritos.