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Cristina Kirchner é alvo de nova acusação judicial

A ex-presidente argentina foi acusada de associação ilícita e lavagem de dinheiro em um processo que inclui seus dois filhos

Cristina Kirchner: o juiz ordenou o embargo de 130 milhões de pesos argentinos e proibiu a saída do país de todos os processados (Martin Acosta/Reuters)
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EFE

Publicado em 4 de abril de 2017 às 13h42.

Última atualização em 4 de abril de 2017 às 14h18.

Buenos Aires - O juiz argentino Claudio Bonadio abriu nesta terça-feira um processo contra a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), seus filhos e vários empresários da esfera pública, proibindo-os de sair do país, por lavagem de dinheiro cometida supostamente através de uma empresa da família.

O magistrado considera a ex-chefe de Estado, de quem ordenou embargar 130 milhões de pesos (R$ 26,35 milhões), "penalmente responsável dos crimes de atuar em formação de quadrilha em qualidade de chefe", que coincide "de forma real com o crime de lavagem de ativos de origem ilícita" agravado por ser funcionário público e por "negociações incompatíveis".

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Tanto Máximo como Florencia, filhos que Cristina teve com o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), também foram acusados por Bonadio de liderar essa suposta associação ilegal.

A causa que investiga a imobiliária Los Sauces - propriedade dos Kirchner - surgiu em abril de 2016 por conta de uma denúncia apresentada pela deputada de centro-esquerda Margarita Stolbizer contra Cristina e seus filhos, na qual os acusava de falsificação de documentos públicos, suborno e lavagem de dinheiro em supostas transações ilícitas com os empresários Cristóbal López e Lázaro Báez, também processados hoje por Bonadio.

O juiz considera ambos penalmente responsáveis pelos crimes de formação de quadrilha como qualidade de organizadores.

Além disso, também é acusada a sobrinha da ex-chefe de Estado Romina Mercado, que desde 2015 foi presidente da Los Sauces.

A acusação aponta que a empresa, que trabalha com o aluguel de imóveis, foi utilizada para receber, mediante arrendamentos dessas propriedades, transferências milionárias desses empresários, que previamente teriam recebido concessões de obras superfaturadas.

Antes de aparecer como acusada neste processo, no último dia 7 de março Cristina negou ter cometido tais crimes de corrupção e disse se sentir vítima de uma "perseguição judicial e midiática" sem "antecedentes" em seu país.

A ex-presidente é acusada pela Promotoria em várias causas e processada judicialmente em outras duas: uma na qual são investigadas operações do Banco Central realizadas sob sua gestão - também dirigida por Bonadio - e outra por suposta formação de quadrilha e administração fraudulenta na concessão de obras públicas.

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