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Cristina Kirchner alimenta polêmica de repressão em hospício

'Só alguém que não está bem pode reprimir em um neuropsiquiátrico', postou hoje em sua conta do Twitter a presidente argentina

Cristina Kirchner em 7 de dezembro de 2012 em Brasília (Pedro Ladeira/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2013 às 16h39.

Buenos Aires - A polêmica política gerada pelo violento despejo de um hospital psiquiátrico em Buenos Aires, que deixou 40 feridos, ganhou combustível neste sábado quando a presidente argentina, Cristina Kirchner , criticou o opositor prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, por justificar a repressão policial.

'Só alguém que não está bem pode reprimir em um neuropsiquiátrico', postou hoje em sua conta do Twitter a presidente argentina, para quem 'fora dos hospícios há algumas pessoas que deveriam estar dentro'.

Cristina destacou que as forças de segurança cometem abusos em todos os países do mundo, mas 'a grande questão é o que faz depois o responsável político quando isso acontece'.

'O pior é que as autoridades políticas justificaram isso', denunciou a presidente, em referência à defesa da atuação policial feita ontem à noite por Macri e vários membros de seu Executivo.

Os incidentes começaram a primeira hora da sexta-feira, quando um grupo de trabalhadores do hospital psiquiátrico José Borda tratou de impedir o despejo e a demolição da Oficina 19, destinado à reabilitação de doentes mentais.

Diante das resistências e repressões dos funcionários do hospital psiquiátrico, cerca de 300 policiais responderam disparando spray de pimenta, gás lacrimogêneo e balas de borracha, que feriram também a doentes, jornalistas e legisladores presentes no lugar, informou a agência oficial 'Telam'.


O prefeito de Buenos Aires explicou ontem à noite em entrevista coletiva que a polícia 'foi cuidar dos trabalhadores tentando evitar agressões' e se defendeu depois que 'durante uma hora e meia um grupo de violentos agrediu várias vezes a polícia'.

Macri, que geralmente acusa a presidente argentina de estimular a tensão e as divergências, acrescentou que ele e sua equipe vão 'continuar trabalhando, tentando dialogar e propor' com a esperança de que 'o nível de violência diminua'.

A oposição exigiu hoje a exoneração do ministro de Segurança de Buenos Aires, Guillermo Montenegro, durante uma sessão extraordinária da Assembleia Legislativa de Buenos Aires convocada para pedir explicações pela atuação policial.

Montenegro defendeu no plenário as forças de segurança, mas afirmou que realizarão 'uma autocrítica sobre o procedimento' e abrirão uma investigação para averiguar se algum policial agiu de forma ilegal.

O governo de Buenos Aires deve levantar um Centro Cívico no espaço que ocupava a oficina demolida nesta sexta-feira.

O Hospital Borda é o centro psiquiátrico mais famoso do país porque há vinte anos os internos gerenciam a primeira emissora de TV do mundo feita por doentes mentais, mas as instalações se deterioraram fortemente nos últimos anos pela falta de recursos públicos. EFE

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Buenos Aires - A polêmica política gerada pelo violento despejo de um hospital psiquiátrico em Buenos Aires, que deixou 40 feridos, ganhou combustível neste sábado quando a presidente argentina, Cristina Kirchner , criticou o opositor prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, por justificar a repressão policial.

'Só alguém que não está bem pode reprimir em um neuropsiquiátrico', postou hoje em sua conta do Twitter a presidente argentina, para quem 'fora dos hospícios há algumas pessoas que deveriam estar dentro'.

Cristina destacou que as forças de segurança cometem abusos em todos os países do mundo, mas 'a grande questão é o que faz depois o responsável político quando isso acontece'.

'O pior é que as autoridades políticas justificaram isso', denunciou a presidente, em referência à defesa da atuação policial feita ontem à noite por Macri e vários membros de seu Executivo.

Os incidentes começaram a primeira hora da sexta-feira, quando um grupo de trabalhadores do hospital psiquiátrico José Borda tratou de impedir o despejo e a demolição da Oficina 19, destinado à reabilitação de doentes mentais.

Diante das resistências e repressões dos funcionários do hospital psiquiátrico, cerca de 300 policiais responderam disparando spray de pimenta, gás lacrimogêneo e balas de borracha, que feriram também a doentes, jornalistas e legisladores presentes no lugar, informou a agência oficial 'Telam'.


O prefeito de Buenos Aires explicou ontem à noite em entrevista coletiva que a polícia 'foi cuidar dos trabalhadores tentando evitar agressões' e se defendeu depois que 'durante uma hora e meia um grupo de violentos agrediu várias vezes a polícia'.

Macri, que geralmente acusa a presidente argentina de estimular a tensão e as divergências, acrescentou que ele e sua equipe vão 'continuar trabalhando, tentando dialogar e propor' com a esperança de que 'o nível de violência diminua'.

A oposição exigiu hoje a exoneração do ministro de Segurança de Buenos Aires, Guillermo Montenegro, durante uma sessão extraordinária da Assembleia Legislativa de Buenos Aires convocada para pedir explicações pela atuação policial.

Montenegro defendeu no plenário as forças de segurança, mas afirmou que realizarão 'uma autocrítica sobre o procedimento' e abrirão uma investigação para averiguar se algum policial agiu de forma ilegal.

O governo de Buenos Aires deve levantar um Centro Cívico no espaço que ocupava a oficina demolida nesta sexta-feira.

O Hospital Borda é o centro psiquiátrico mais famoso do país porque há vinte anos os internos gerenciam a primeira emissora de TV do mundo feita por doentes mentais, mas as instalações se deterioraram fortemente nos últimos anos pela falta de recursos públicos. EFE

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