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Crise nuclear no Japão pode valorizar energia brasileira, diz Dilma

Presidente acredita que haverá um aumento na busca por petróleo e fontes alternativas

Para a presidente Dilma, o Brasil é "abençoado" no aspecto energético (Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2011 às 12h58.

Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff disse em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal "Valor" que a crise nuclear do Japão fará aumentar a demanda mundial de petróleo e de fontes alternativas de energia e isso, consequentemente, dará valor ao potencial energético brasileiro.

Na entrevista, Dilma afirmou que o Brasil é um país "abençoado" no aspecto energético e conta atualmente com uma vantagem de oportunidades única pela capacidade em oferecer petróleo, biocombustíveis, energia hidrelétrica, minerais e alimentos.

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"Energia é algo que define o ritmo de crescimento dos países e o Brasil tem na energia uma diferença estratégica e competitiva", ressaltou a presidente, ao comentar os planos de substituição da energia nuclear anunciados por vários países após o desastre ocorrido no complexo nuclear japonês de Fukushima.

Segundo ela, a crise no Japão "vai ampliar muito a demanda de petróleo ou de gás para substituir a energia nuclear".

A presidente descartou que, para atender o aumento estimado da demanda mundial de petróleo, o Brasil possa antecipar o programa de exploração das reservas do pré-sal.

"Vamos seguir num ritmo que não transforma o petróleo em uma maldição. Queremos ter uma indústria de petróleo, desenvolver pesquisas, produzir bens e serviços e exportá-los para o mundo. Não podemos apostar em ganhos fáceis", declarou.

"Temos que apostar que o pré-sal é um passaporte para o futuro. Não vamos explorar para usar, mas para exportar. Queremos nossa matriz energética limpa e queremos, também, ter ganhos na cadeia industrial do petróleo", acrescentou.

Dilma destacou que a crise no Japão pode atrasar um pouco a recuperação econômica mundial, mas que também pode ter um efeito recuperador.

"O Japão vai ter que ser reconstruído", ressaltou a presidente. "Acho que vai haver um maior fluxo de dinheiro para lá e isso não é maléfico. Tem dinheiro sobrando para tudo no mundo. Para a reconstrução do Japão, para investir aqui e para especular".

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