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Crise migratória rende votos a neonazistas gregos

Em nível nacional, no entanto, o grupo perdeu 9.000 eleitores (cerca de 2,4%) em relação às legislativas de 25 de janeiro


	Simpatizantes do partido neonazista Amanhecer Dourado: partido ganhou 2,55% dos votos no arquipélago de Dodecaneso, ao redor da ilha de Kos, por onde milhares de migrantes entraram
 (Louisa Gouliamaki/AFP)

Simpatizantes do partido neonazista Amanhecer Dourado: partido ganhou 2,55% dos votos no arquipélago de Dodecaneso, ao redor da ilha de Kos, por onde milhares de migrantes entraram (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2015 às 10h33.

O partido neonazista grego Amanhecer Dourado obteve seu maior avanço nas ilhas do Egeu oriental, em particular Lesbos, na linha de frente do fluxo de imigrantes procedentes da Síria e do Afeganistão, segundo resultados quase definitivos das legislativas deste domingo.

Em nível nacional, no entanto, o grupo perdeu 9.000 eleitores (cerca de 2,4%) em relação às legislativas de 25 de janeiro, segundo cálculos da AFP.

A porcentagem registrada globalmente, 6,99% dos votos contra 6,28% em janeiro, deve-se à abstenção, que alcançou 44%.

O Amanhecer Dourado terá agora no Parlamento grego 18 deputados, um a mais que na câmara em fim de mandato.

Em Lesbos, onde no início de setembro até 20.000 migrantes abandonados a própria sorte em ruas e parques se juntaram, 4.223 pessoas votaram no domingo pelo Amanhecer Dourado, ou seja, 7,78% dos eleitores, contra 2.765 nas legislativas de 25 de janeiro (3,12%).

O partido ganhou 2,55% dos votos no arquipélago de Dodecaneso, ao redor da ilha de Kos, por onde milhares de migrantes entraram. E conquistou 2,12% em Samos, terceira porta de entrada pelo mar na Grécia.

Em ambas circunscrições, os neonazistas, partidários de fechar as fronteiras, obtiveram 8,09% e 7,66% dos votos.

No total, mais de 300.000 pessoas - das quais 80% podem pedir asilo, segundo as autoridades - chegaram pelo mar à Grécia desde janeiro.

Os aumentos registrados são de menos de 2% nas regiões nas quais a extrema-direita esteve mais implantada tradicionalmente, como Macedonia (norte) ou Peloponeso (sul).

Para Dimitris Psaras, especialista da ultradireita na Grécia, trata-se de uma reação normal nas ilhas, onde houve tensão entre os habitantes e os migrantes pela falta em um primeiro momento de infraestruturas apropriadas para abrigá-los.

Além disso, como lembra Psaras, "uma delegação do partido, na qual estava Ilias Kasidiaris", número dois do Amanhecer Dourado, "fez campanha na zona" no início de setembro.

Na falta de concorrentes deste lado do espectro político, o Amanhecer Dourado "está se estabilizando na clientela eleitoral de ultradireita", afirma Psaras.

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