Nova York - As iniciativas para combater a fome em todo o mundo foram prejudicadas pela crise econômica global, embora o mundo permaneça avançando para cumprir a meta de redução da pobreza até 2015, indicou um relatório da Organização das Nações Unidas lançado na quarta-feira.

A redução do número de pessoas que passam fome é uma das várias Metas do Milênio, estabelecidas no ano 2000. Elas incluem cortar à metade a extrema pobreza, reduzir pela metade a disseminação da Aids e garantir educação primária para todas as crianças até 2015.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que o progresso para o cumprimento das metas tem sido desigual, com um aumento da fome e da desnutrição no sul da Ásia e "lacunas persistentes" entre ricos e pobres, população rural e urbana, homens e mulheres.

"O progresso contra a fome sofreu um impacto mais severo (do que as outras metas) com os problemas econômicos", lê-se no novo relatório da ONU sobre o cumprimento das metas. O aumento do preço dos alimentos em 2008 e a queda das receitas em 2009 exacerbaram o problema, indicou o documento.

"O número de desnutridos, já em crescimento desde o início da década, pode ter crescido a um ritmo mais acelerado depois de 2008."

O relatório de 76 páginas afirmou que as metas permanecem alcançáveis, embora os países doadores precisem cumprir com suas promessas de ajuda humanitária.

"Compromissos não cumpridos, recursos inadequados, falta de foco e imputabilidade, e dedicação insuficiente ao desenvolvimento sustentável criaram defasagens em várias áreas", diz o documento.

Alguns desses déficits foram agravados pelo cenário econômico ruim.

"Está claro que a melhora na vida dos pobres tem sido inaceitavelmente lenta e algumas vitórias difíceis estão sendo erodidas pelo clima e pela crise econômica e alimentar", afirmou Ban.

O secretário-geral da ONU afirmou levaria a questão das metas e do não cumprimento das promessas de ajuda à África e a outros lugares a um encontro do Grupo dos 20 no Canadá esta semana. Ele também prometeu ressaltar a importância da criação de empregos.