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Crise dos mísseis coreanos testa liderança mundial da China

Chineses são os principais parceiros comerciais dos norte-coreanos, mas hesitam em usar seu poder econômico para pressionar os parceiros

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h38.

A crise aberta pelo programa nuclear norte-coreano pôs a política externa chinesa em foco. Os Estados Unidos, que tentam barrar a continuidade dos testes da Coréia do Norte, afirmam que uma resposta adequada de Pequim ao caso é vital para que o país seja guindado à posição de liderança mundial. Os americanos esperam que os chineses utilizem seu poder econômico para pressionar o governo norte-coreano a abandonar os testes e voltar às negociações.

Os chineses são os principais parceiros comerciais da Coréia do Norte, mas relutam em pressionar seus parceiros economicamente. Embora Pequim tenha feito declarações públicas opondo-se aos testes nucleares, a diplomacia chinesa tem demonstrado paciência e apoio econômico ao seu aliado comunista. Há bastante tempo, na Organização das Nações Unidas (ONU), a China pauta-se por uma política de não-interferência em assuntos internos de países ou regiões nos quais tem interesse, como Venezuela ou Sudão. Em troca, os chineses buscam acesso a jazidas de petróleo e matérias-primas para sustentar sua forte expansão econômica.

Em um discurso em Chicago, nesta sexta-feira (7/7), o presidente americano George W. Bush afirmou que o Conselho de Segurança da ONU manifeste-se firmemente sobre o comportamento da Coréia do Norte. Bush criticou a hesitação de chineses e russos em censurar o programa nuclear do país. "Algumas nações ficam mais confortáveis ao aplicar sanções que outras, e parte do que enfrentamos deve-se a interesses econômicos dessas nações [que não querem sanções]", afirmou Bush.

De acordo com o americano The Wall Street Journal, o governo chinês já se opôs aos lançamentos norte-coreanos, pois teme que seu programa nuclear incentive uma corrida armamentista na região, sobretudo ao incentivar o Japão a desenvolver também artefatos nucleares. Diplomatas americanos em Pequim observam, porém, que não há sinais de que os chineses estão prontos para retaliar economicamente a Coréia do Norte.

Mercado

A divulgação de perspectivas econômicas positivas para a Ásia desviou a atenção dos investidores para a crise com a Coréia do Norte nesta segunda-feira (10/3). O otimismo reverteu as perdas no mercado financeiro na abertura de bolsas asiáticas. A Bolsa de Tóquio, principal mercado da região, liderou a recuperação, com fortes altas de papéis como Canon, Mitsubishi UFJ Financial e outras blue chips. O Índice Nikkei subiu 1,6%, após uma queda de 2,1% nas últimas três sessões.

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