Estados Unidos: país está profundamente dividido pela discussão sobre o controle de armas pessoais (Alex Wong/Getty Images)
AFP
Publicado em 1 de agosto de 2018 às 20h55.
O ativista a favor do porte de armas nos Estados Unidos Cody Wilson declarou nesta quarta-feira que recorrerá à Suprema Corte em sua luta para publicar na internet o esquema para a fabricação de armas de fogo em impressoras 3D, após um juiz federal bloquear temporariamente a medida.
Na terça-feira, Wilson - fundador da empresa Defense Distributed - publicou na internet o esquema sobre como fabricar armas de fogo em impressoras 3D, após chegar a um acordo judicial com o governo federal.
Mas o juiz federal Robert Lasnik, de Seattle, bloqueou temporariamente a divulgação on-line do esquema atendendo a um pedido de procuradores de oito estados e do Distrito de Colúmbia, onde fica a capital Washington.
Wilson disse à rede de televisão CBS News que o acesso às armas de fogo é um "direito humano fundamental". "O que estou fazendo é legalmente protegido (...) e irei à Suprema Corte. Vou perder o meu tempo".
Depois de uma longa batalha judicial no final de junho, o governo federal autorizou o grupo Defense Distributed a disponibilizar os planos digitais que permitem a fabricação doméstica de armas usando uma impressora tridimensional.
Estes objetos, feitos de plástico, funcionam como uma arma real. Mas, por não serem industrializados por um fabricante autorizado, não têm número de série, tampouco fazem soar o alarme de detectores de metal e potencialmente não podem ser rastreados.
O site da Defense Distributed foi tirado do ar nesta quarta-feira, mas o esquema foi publicado antes da ordem judicial entrar em vigor e após milhares de acessos.
"Os arquivos agora são de domínio público, não se pode recuperar", disse Wilson à CBS.
Os Estados Unidos, um país onde cerca de 30 mil pessoas morrem por ano devido às armas de fogo, está profundamente dividido pela discussão sobre o controle de armas pessoais, particularmente por causa de vários massacres, muitas vezes realizados com armas que foram compradas legalmente.
A Associação Nacional do Rifle, principal lobby americano das armas de fogo e que reúne os principais fabricantes de armas, não se manifestou sobre o tema, mas é provável que não veja esta concorrência com bons olhos.