Exame Logo

Cresce índice de empregos na América Latina, diz OIT

O relatório mostra que o grupo das receitas médias cresceu, durante a última década, mais que o das receitas de quem vive apenas acima do limite da pobreza

Trabalho: A desigualdade de renda tende a cair, mas continua sendo comparativamente elevada e difícil de reduzir. (Stock.XCHNG)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2013 às 16h53.

A taxa de emprego na América Latina e no Caribe melhorou, em 2012, em um ponto percentual (57,1% no final de 2012) em relação aos níveis anteriores à crise (2007), e gerou um aumento das receitas médias, apesar de haver desafios pendentes na região, como o emprego informal e a persistente desigualdade, segundo um relatório da OIT.

Alguns países, como Colômbia e Chile, conseguiram, inclusive, aumentar seus níveis de emprego em quatro pontos desde 2007, informou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em seu "Relatório sobre o Trabalho no Mundo 2013".

O relatório mostra que o grupo das receitas médias cresceu, durante a última década, mais que o das receitas de quem vive apenas acima do limite da pobreza. O crescimento das rendas médias entre 1999 e 2010 foi considerável no Brasil (+15,6 pontos percentuais) e Equador (+14,6).

A classe média nesses dois países é definida como aquela com receitas entre 10 e 50 dólares por dia.

Segundo a OIT, entre 2007 e 2012, a região registrou uma diminuição do índice de risco de descontentamento social.

Contudo, continua enfrentando vários desafios. O emprego informal é um deles: em 2011, cerca de 50% do emprego não agrícola era informal na região, com uma situação problemática na Bolívia, Peru e Honduras, onde se aproxima de 70%.

O relatório destaca, além disso, que, em todos os países da América Latina e do Caribe, "os ganhos derivados da produtividade do trabalho não foram distribuídos de forma equitativa entre lucros e salários".


"Melhorar as receitas dos trabalhadores pode contribuir para estimular as fontes de demanda e de crescimento interno", diz o relatório, que estimula os países da América Latina a reorientar suas negociações comerciais em escala regional e a desenvolver seus mercados internos para paliar as "frágeis perspectivas na zona do euro".

A desigualdade de renda tende a cair, mas continua sendo comparativamente elevada e difícil de reduzir.

"É uma região onde foram realizados sérios esforços para obter um crescimento muito mais inclusivo, algo muito difícil de obter em casos como o Brasil e outros países da América Latina, onde o crescimento é impulsionado pelos recursos naturais. É difícil dividir as receitas dos recursos naturais", comentou Raymond Torres, diretor do Instituto Internacional de Estudos Sociais da OIT.

"Observa-se uma diminuição [das desigualdades] em países como Argentina, Uruguai e Peru. Há, por outro lado, um leve aumento das desigualdades em El Salvador, Chile e Honduras e uma pequena diminuição no Brasil. Pequena, mas estimulante, porque, durante muito tempo, isso era considerado como um objetivo muito difícil de alcançar e vemos que a maioria dos países da América Latina conseguiu diminuí-las", acrescentou.

Uma das principais razões desses avanços foi "a extensão da proteção social em países como Brasil ou Argentina. Houve uma proliferação de políticas sociais que também atenuou as desigualdades até certo ponto", mas "ainda há muito a fazer", destacou o diretor.

Em muitos países também houve "um esforço para tentar diminuir o trabalho informal, e nesse campo também houve reformas alentadoras, como no Brasil. Pode-se tirar lições desses países", destacou Torres.

Veja também

A taxa de emprego na América Latina e no Caribe melhorou, em 2012, em um ponto percentual (57,1% no final de 2012) em relação aos níveis anteriores à crise (2007), e gerou um aumento das receitas médias, apesar de haver desafios pendentes na região, como o emprego informal e a persistente desigualdade, segundo um relatório da OIT.

Alguns países, como Colômbia e Chile, conseguiram, inclusive, aumentar seus níveis de emprego em quatro pontos desde 2007, informou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em seu "Relatório sobre o Trabalho no Mundo 2013".

O relatório mostra que o grupo das receitas médias cresceu, durante a última década, mais que o das receitas de quem vive apenas acima do limite da pobreza. O crescimento das rendas médias entre 1999 e 2010 foi considerável no Brasil (+15,6 pontos percentuais) e Equador (+14,6).

A classe média nesses dois países é definida como aquela com receitas entre 10 e 50 dólares por dia.

Segundo a OIT, entre 2007 e 2012, a região registrou uma diminuição do índice de risco de descontentamento social.

Contudo, continua enfrentando vários desafios. O emprego informal é um deles: em 2011, cerca de 50% do emprego não agrícola era informal na região, com uma situação problemática na Bolívia, Peru e Honduras, onde se aproxima de 70%.

O relatório destaca, além disso, que, em todos os países da América Latina e do Caribe, "os ganhos derivados da produtividade do trabalho não foram distribuídos de forma equitativa entre lucros e salários".


"Melhorar as receitas dos trabalhadores pode contribuir para estimular as fontes de demanda e de crescimento interno", diz o relatório, que estimula os países da América Latina a reorientar suas negociações comerciais em escala regional e a desenvolver seus mercados internos para paliar as "frágeis perspectivas na zona do euro".

A desigualdade de renda tende a cair, mas continua sendo comparativamente elevada e difícil de reduzir.

"É uma região onde foram realizados sérios esforços para obter um crescimento muito mais inclusivo, algo muito difícil de obter em casos como o Brasil e outros países da América Latina, onde o crescimento é impulsionado pelos recursos naturais. É difícil dividir as receitas dos recursos naturais", comentou Raymond Torres, diretor do Instituto Internacional de Estudos Sociais da OIT.

"Observa-se uma diminuição [das desigualdades] em países como Argentina, Uruguai e Peru. Há, por outro lado, um leve aumento das desigualdades em El Salvador, Chile e Honduras e uma pequena diminuição no Brasil. Pequena, mas estimulante, porque, durante muito tempo, isso era considerado como um objetivo muito difícil de alcançar e vemos que a maioria dos países da América Latina conseguiu diminuí-las", acrescentou.

Uma das principais razões desses avanços foi "a extensão da proteção social em países como Brasil ou Argentina. Houve uma proliferação de políticas sociais que também atenuou as desigualdades até certo ponto", mas "ainda há muito a fazer", destacou o diretor.

Em muitos países também houve "um esforço para tentar diminuir o trabalho informal, e nesse campo também houve reformas alentadoras, como no Brasil. Pode-se tirar lições desses países", destacou Torres.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCaribeOIT

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame