Cowen dissolve Parlamento irlandês e anuncia retirada da política

Dublin - O primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, assinou nesta terça-feira a dissolução de Parlamento (Dáil), como passo prévio à convocação de eleições antecipadas, e anunciou sua retirada da política.

O "Taoiseach" (primeiro-ministro) se deslocou à residência da presidente da República, Mary McAleese, para assinar a dissolução do Dáil com vistas à realização no fim do mês das eleições gerais antecipadas.

A data definitiva, que poderia ser 25 de fevereiro, será anunciada nesta terça-feira mesmo pelo ministro de Governo Local, Éamon O Cuív.

Durante sua intervenção na última sessão parlamentar, Cowen reconheceu que seu Executivo teve de tomar decisões "impopulares" desde a substituição de Bertie Ahern à frente do Governo em 2008, no começo da profunda crise econômica que afeta o país.

"Mas quero dizer que embora nos últimos dois anos tenham sido duros, acredito que trabalhamos muito para corrigir os fracassos do passado e para garantir a recuperação de nosso país no futuro".

O "Taoiseach" expressou seu desejo que as pessoas lembrem quais foram suas motivações na hora de tomar decisões políticas, assim como o contexto em que foram tomadas.

"Acho que, acima de tudo, a política deve estar a serviço do povo. Essa foi minha motivação desde que comecei e me mantive fiel a ela até o final. Cada decisão tomada como Taoiseach, posso dizer com honestidade que foram tomadas atendendo ao bem comum", assinalou.

Cowen deixa a política com o país imerso em uma das piores crises econômicas da história, mas sai, aos 51 anos, com uma aposentadoria de 150 mil euros anuais.

O primeiro-ministro serviu no Dáil há 27 anos como deputado pela circunscrição de Laois-Offaly (centro do país), o que lhe dá direito de receber uma pensão de 50 mil euros anuais imediatamente, já que supera os 50 anos de idade.

À frente do Governo irlandês desde 2008, Cowen ocupou entre esse ano e 1992 os ministérios de Finanças, Assuntos Exteriores, Saúde, Trabalho e Transporte, serviços pelos quais receberá pensão de 100 mil euros anuais, cujo cálculo se baseia em seu salário de primeiro-ministro.

No total, 150 mil euros livres de impostos mais uma quitação de 16 mil euros para o político, segundo as pesquisas, mais impopular do país.