Visitantes observam complexo industrial de Kaesong em posto de observação: nas cinco reuniões anteriores, os representantes das duas Coreias também não conseguiram superar diferenças (Park Ji-ho/Yonhap/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2013 às 10h06.
Seul - Delegados da Coreia do Norte e Coreia do Sul novamente não chegaram nesta quinta-feira a um acordo em seu sexto encontro deste mês voltado a reabrir o complexo industrial de Kaesong, informou o Ministério da Unificação de Seul.
Nessa última reunião, os representantes de ambas as partes nem sequer conseguiram entrar em acordo sobre dar continuidade às conversas, por isso o diálogo sobre a abertura de Kaesong pode ter se enfraquecido, informou a agência sul-coreana "Yonhap".
O veículo também afirmou que os delegados de Pyongyang advertiram a seus interlocutores de Seul que o exército norte-coreano poderia ocupar o polígono industrial conjunto, situado em seu território.
Além disso, o chefe da delegação da Coreia do Norte culpou o Sul pelo fracasso em chegar a um acordo após seis rodadas de negociação, segundo a "Yonhap".
Nas cinco reuniões anteriores, realizadas nos dias 6, 10, 15, 17 e 22 de julho, os representantes das duas Coreias também não conseguiram superar suas diferenças e as negociações permaneciam estagnadas.
A Coreia do Sul exigiu ao Norte em todos os encontros medidas de salvaguarda para prevenir um novo fechamento unilateral como o produzido em abril passado, quando Pyongyang retirou seus 54 mil trabalhadores como parte de uma intensa campanha de hostilidades em plena etapa de tensão.
Seul sustenta, ainda, que, para reabrir o polígono, o regime de Kim Jong-un deve criar um marco institucional para proteger as empresas e internacionalizar o complexo a fim de que empresas de outros países invistam, o que daria maiores garantias aos empresários.
Por sua vez, a Coreia do Norte exigiu até agora a reabertura do parque industrial conjunto de Kaesong o mais rápido possível e sem condições prévias impostas pelo Sul.
O fechamento de Kaesong causou até agora prejuízos no valor de mais de US$ 900 milhões para as companhias sul-coreanas, segundo cálculos dos empresários, enquanto o regime norte-coreano deixou de receber vários milhões de dólares em deduções dos salários de seus operários.
O complexo, que atuou de maneira quase ininterrupta desde sua abertura em 2005 até seu fechamento em abril, empregava cerca de 53 mil operários norte-coreanos que por salários de cerca de R$ 384 ao mês fabricavam produtos para 123 empresas do Sul.