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Coreia do Sul lança inspeção em seu Boeing 737-800 após o pior desastre aéreo de sua história

Investigadores tentam determinar o que causou o pior desastre aéreo da história do país; Inicialmente, autoridades atribuíram a uma colisão com pássaros

O avião transportava 181 pessoas da Tailândia para a Coreia do Sul quando fez um pedido de socorro e aterrissou sem trem de pouso, antes de colidir com um muro e pegar fogo (AFP/AFP Photo)

O avião transportava 181 pessoas da Tailândia para a Coreia do Sul quando fez um pedido de socorro e aterrissou sem trem de pouso, antes de colidir com um muro e pegar fogo (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 30 de dezembro de 2024 às 09h18.

A Coreia do Sul ordenou, nesta segunda-feira (30), uma "inspeção completa" de todos os Boeing 737-800 operados pelas companhias aéreas do país, um dia depois de uma dessas aeronaves ter caído ao pousar, matando 179 pessoas. 

Investigadores sul-coreanos e americanos tentam determinar o que causou o pior desastre aéreo da história do país asiático, que as autoridades atribuíram inicialmente a uma colisão com pássaros.

O avião transportava 181 pessoas da Tailândia para a Coreia do Sul quando fez um pedido de socorro e aterrissou sem trem de pouso, antes de colidir com um muro e pegar fogo.

Todos os passageiros da companhia aérea sul-coreana Jeju Air Flight 2216 morreram, exceto dois comissários de bordo que foram retirados vivos dos escombros.

O país iniciou sete dias de luto nesta segunda-feira, com bandeiras hasteadas a meio mastro.

O atual presidente, Choi Sang-mok, foi ao local do acidente na cidade de Muan, no sudoeste, para participar de um memorial.

O presidente, que tomou posse na sexta-feira passada, garantiu que o governo fará "todos os esforços" possíveis para identificar as vítimas e apoiar as suas famílias enlutadas.

A Coreia do Sul tem um forte histórico de segurança aérea e as duas caixas-pretas do voo foram recuperadas. Os investigadores identificaram até agora 146 vítimas através de análises de DNA ou impressões digitais.

Parentes das vítimas acamparam durante a noite em barracas montadas dentro do aeroporto, aguardando notícias sobre seus entes queridos.

"Eu tinha um filho a bordo do avião", disse um idoso que esperava no saguão do aeroporto e pediu para não revelar seu nome. Ele disse que seu filho ainda não foi identificado.

Barreira

Na manhã desta segunda-feira, no local do acidente, um casal olhava para os restos retorcidos do avião, que permaneciam espalhados perto da cauda carbonizada.

Os passageiros, com idades entre três e 78 anos, eram todos coreanos, exceto dois tailandeses, segundo as autoridades.

Outro avião da Jeju Air teve problemas com o trem de pouso e teve que retornar ao aeroporto de Gimpo, em Seul, logo após decolar nesta segunda-feira, informou a companhia aérea.

Um representante da companhia disse à AFP que está analisando o que aconteceu nesse caso.

A causa inicialmente relatada para o acidente de domingo foi uma colisão com pássaros, e a torre de controle emitiu um alerta a esse respeito pouco antes do incidente.

No entanto, especialistas que analisaram os vídeos da aterrissagem do voo de domingo indicaram que a construção do aeroporto pode ter influenciado a tragédia.

Kim Kwang-il, ex-piloto e professor de aeronáutica da Universidade Silla, afirmou que se sentiu "muito agoniado" ao revisar o vídeo do avião fazendo um pouso de emergência antes de atingir uma barreira.

"Não deveria haver uma estrutura sólida nessa área", disse ele à AFP.

"Normalmente, no final de uma pista não há nenhuma obstrução sólida, isso vai contra os padrões internacionais de segurança da aviação", explicou.

"Fora do aeroporto normalmente há apenas cercas, que são macias e não causariam danos significativos. O avião teria deslizado ainda mais até parar sozinho. A estrutura desnecessária é muito lamentável", disse ele.

O papa Francisco declarou no domingo que rezaria pelas vítimas, e os líderes mundiais, incluindo China, União Europeia e Irã, também enviaram mensagens de condolências.

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