Kim Jong-il foi vítima de um ataque cardíaco, após 17 anos à frente do isolado país comunista (KCNA via KNS/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2011 às 22h18.
Seul - A Coreia do Norte realiza nesta quarta-feira o funeral de seu líder Kim Jong-il, falecido no dia 17 de dezembro aos 69 anos, vítima de um ataque cardíaco, após 17 anos à frente do isolado país comunista.
Embora o regime não tenha oferecido detalhes sobre a cerimônia, acredita-se que devam ser seguidos os mesmos protocolos do funeral, em 1994, do pai de Kim e fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, cujo corpo foi levado em cortejo por Pyongyang para que a população desse seu último adeus.
Os meios de comunicação sul-coreanos apontam que os atos devem começar por volta das 10h no horário local (23h desta terça no horário de Brasília), com um desfile militar pela capital diante de centenas de milhares de cidadãos.
Além dos eventos de hoje, que também podem incluir uma cerimônia no Palácio Memorial de Kumsusan - onde foi velado até ontem o corpo do falecido líder-, estão programadas mais homenagens para quinta-feira.
Nesse dia haverá um memorial nacional e serão disparadas salvas de condolências em Pyongyang e nas distintas províncias do país, enquanto a população manterá três minutos de silêncio e todos os trens e navios farão soar suas sirenes ao mesmo tempo, segundo a agência estatal norte-coreana 'KCNA'.
Os analistas, no entanto, estão mais atentos ao papel de Kim Jong-un, filho mais novo e sucessor do falecido líder, que lidera a lista de 233 membros do Comitê do Funeral de Estado.
Na última semana se sucederam no país comunista as demonstrações de sofrimento pela morte de Kim Jong-il, com concentrações em praças e monumentos e infinidade de atos para homenageá-lo, embora os analistas apontem que sua popularidade tenha sido muito menor que a de seu pai.
Kim Il-sung, o 'presidente eterno', gozava, apesar de sua política de linha dura, do prestígio de ter combatido os colonizadores japoneses e ter transformado a Coreia do Norte em um país relativamente próspero até a década de 1970.
Sob o governo de seu filho, a Coreia do Norte se transformou em um país com capacidade nuclear, mas com uma economia destroçada e crises de fome cíclicas que se refletem em dados como os do Unicef, que indicam que uma de cada cinco crianças norte-coreanas sofre de desnutrição moderada.
A expectativa é que a cerimônia de hoje mostre, como ocorreu no funeral de Kim Il-sung, novos indícios sobre o renovado esquema de poder no opaco regime comunista.