Kim Jong-un e Donald Trump: cúpula entre líderes deve acontecer em 12 de junho (Lucas Jackson e KCNA/Reuters)
Gabriela Ruic
Publicado em 29 de maio de 2018 às 08h30.
Última atualização em 29 de maio de 2018 às 08h48.
São Paulo - O regime da Coreia do Norte enviou um oficial do seu alto escalão para os Estados Unidos. Os países estão buscando restaurar o clima de diálogo para a cúpula que deve acontecer no próximo dia 12 de junho em Singapura entre o presidente americano Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un.
A informação foi divulgada na manhã desta terça-feira pela agência de notícias Yonhap. De acordo com a rede de notícias americana CNN, esse oficial é Kim Yong Chol e ele foi visto no Aeroporto Internacional de Pequim (China), possivelmente em escala rumo aos EUA, onde deve desembarcar na quarta-feira pela manhã.
A viagem e suas motivações não foram confirmadas pela China e posicionamentos da Casa Branca e o Departamento de Estado dos EUA são aguardados. Se a visita for confirmada, Chol se tornará o mais alto oficial norte-coreano a visitar os EUA desde 2000, quando Jo Myong Rok se encontrou com o então presidente Bill Clinton.
Nesta segunda-feira, a Yonhap noticiou, ainda, que outros oficiais do regime já estariam a caminho de Singapura para iniciar os preparativos para o encontro. Do Japão, um time de oficiais americanos também decolou rumo ao país asiático, reforçando as esperanças de que a cúpula entre Coreia do Norte e EUA irá acontecer como programado anteriormente.
O mundo observa com atenção e expectativa aos desdobramentos das conversas entre Coreia do Sul, Coreia do Norte e Estados Unidos, que devem debater a interrupção do programa nuclear norte-coreano.
Em abril, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in se encontrou com Kim na Zona Desmilitarizada, região que fica na fronteira entre os países que estão em guerra desde a década de 50, restabelecendo as relações entre os países e trazendo à tona a esperança de que o antigo conflito chegará ao fim. Pouco depois, foi a vez de Trump e Kim anunciarem negociações e a vontade de realizar a cúpula.
Semanas depois, no entanto, os ânimos voltaram a se exaltar depois de os EUA e a Coreia do Sul conduzirem manobras militares conjuntas. O gesto foi visto por Pyongyang como falta de compromisso com os esforços de paz, e o regime chegou a alertar os americanos para que não considerassem a disponibilidade norte-coreana para o encontro como “sinal de fraqueza”.
O tom das declarações colocaram em dúvida a viabilidade da reunião e Trump até anunciou o seu cancelamento, mas os países retomaram o contato e voltaram a considerá-la de pé. Agora, resta saber se os esquentadinhos Trump e Kim irão se desentender novamente, restaurando o clima de tensão em torno da crise nuclear na região, uma das maiores preocupações de segurança no mundo.