Mundo

Coreia do Norte cobrou dos EUA conta de US$ 2 milhões por jovem em coma

O americano Otto Warmbier estava preso na Coreia do Norte e só foi liberado para retornar aos EUA quando Trump concordou em pagar seus gastos médicos

Otto Warmbier passou mais de um ano preso na Coreia do Norte (Bill Pugliano/Reuters)

Otto Warmbier passou mais de um ano preso na Coreia do Norte (Bill Pugliano/Reuters)

E

EFE

Publicado em 25 de abril de 2019 às 16h23.

Washington — A Coreia do Norte apresentou uma conta médica de US$ 2 milhões aos Estados Unidos pelo tratamento do jovem Otto Warmbier, que morreu em 2017 após passar 17 meses preso no país asiático, antes de permitir que retornasse, em coma, para o território americano, informou nesta quinta-feira o jornal "The Washington Post".

Além disso, Pyongyang exigiu que um funcionário americano assinasse uma promessa de pagamento para que o jovem de 22 anos, que estava há mais de um ano em coma, pudesse voltar pra casa.

Segundo o "Post", que cita duas pessoas conhecedoras da situação, o enviado do Departamento de Estado para voar de volta com Warmbier, Joseph Yun, assinou o acordo de pagamento da conta médica seguindo instruções do presidente americano, Donald Trump.

Yun consultou o então secretário de Estado, Rex Tillerson, e este, por sua vez, falou com Trump, que aprovou esse acordo, segundo o jornal.

Após isso, Yun retornou em um avião médico a Cincinatti, cidade onde residem os pais de Warmbier, e onde o jovem morreu seis dias depois em decorrência dos problemas derivados de um dano cerebral nunca detalhado.

A fatura chegou ao Departamento do Tesouro, onde permaneceu sem ser saldada durante 2017.

Não está claro se o governo americano a pagou mais adiante ou se o assunto foi tratado durante a preparação das duas cúpulas realizadas entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-Un.

Os pais do falecido acusaram Pyongyang o tempo todo pela morte do seu filho e, em abril do ano passado, chegaram a apresentar um processo contra a Coreia do Norte por "torturar e assassinar" o jovem.

A polêmica pelo caso, que agitou a opinião pública dado o trágico final do jovem estudante, se renovou quando Trump mencionou a questão após seu encontro com Kim no Vietnã, em fevereiro deste ano.

"Falei com ele (sobre isso) e acredito, de verdade, que não lhe favorecia em nada que isso acontecesse (...). Ele me disse que não se informou (quando Warmbier morreu) e eu acredito nele", afirmou Trump em entrevista coletiva.

Otto Warmbier viajou como turista ao país asiático no final de 2015 com a empresa Young Pioneer Tours e, já no final da sua visita, foi detido e sentenciado a 15 anos de trabalhos forçados por roubar um cartaz de propaganda do hotel no qual se hospedou.

Sua morte aguçou ainda mais a escalada dialética que Washington e Pyongyang mantinham naquela época, em meio aos contínuos testes de armas do governo norte-coreano e levou o Departamento de Estado a proibir que seus cidadãos viajassem para o país asiático, um veto que vigora até hoje.

Acompanhe tudo sobre:Coreia do NorteEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista nas eleições

Terremoto de magnitude 6,1 sacode leste de Cuba

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA