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Kim reaparece e Coreia do Norte anuncia reforço em arsenal nuclear

Após quase três semanas recluso, presidente Kim Jong Un participa de reunião que debateu novas medidas para fortalecer a "dissuasão nuclear" do país

Kim Jong Un participa de reunião da Comissão Militar Central da Coreia do Norte. É a primeira aparição pública do líder norte-coreano em semanas (Korean Central News Agency/Divulgação)
FS

Fabiane Stefano

Publicado em 24 de maio de 2020 às 10h08.

Última atualização em 24 de maio de 2020 às 10h16.

A Coreia do Norte debateu novas medidas para fortalecer a "dissuasão nuclear" durante uma reunião presidida pelo líder Kim Jong Un, anunciou neste domingo (24) a agência de notícias oficial KCNA.

Esta reunião é a primeira aparição pública de Kim mencionada pela mídia norte-coreana em quase três semanas.

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Ocorre quando, segundo o Washington Post, o governo dos Estados Unidos considerou a possibilidade de realizar um teste nuclear, que seria o primeiro do país desde 1992.

Durante uma reunião da Comissão Militar Central da Coreia do Norte, presidida por Kim, "novas medidas foram apresentadas para fortalecer a dissuasão nuclear militar do país", informou a KCNA.

A agência menciona "medidas cruciais", mas não entra em detalhes sobre a dissuasão nuclear.

Também relata que as discussões se concentraram em "colocar as forças armadas estratégicas em alerta", em um contexto de "aumento e desenvolvimento das forças armadas do país".

As decisões foram tomadas para "aumentar e desenvolver consideravelmente o poder de fogo da artilharia do Exército Popular Coreano".

Os participantes da reunião também discutiram "várias falhas nas atividades militares e políticas da Coreia do Norte" e como garantir "melhorias decisivas" nessas áreas, acrescentou a KCNA.

A agência norte-coreana não diz quando a reunião foi realizada, mas outras informações indicam que Kim Jong Un deu ordens às forças armadas em 23 de maio.

De toda forma, é a primeira aparição pública de Kim transmitida pela mídia oficial em mais de 20 dias.

O líder norte-coreano reapareceu no início de maio, após uma ausência pública de três semanas que provocou uma torrente de rumores e especulações sobre sua saúde.

Os rumores começaram depois que ele não compareceu para as celebrações de 15 de abril, o dia mais importante do calendário político da Coreia do Norte, que marca o nascimento do fundador do regime, Kim Il Sung, avô do atual líder.

Kim reapareceu em público aparentemente com boa saúde, de acordo com as imagens divulgadas pela imprensa norte-coreana em 2 de maio.

Neste domingo, o jornal oficial Rodong Sinmun publicou fotos da reunião da comissão militar.

Em uma das imagens, Kim aponta para o que parece ser uma tela de televisão enquanto fala para uma sala cheia de oficiais.

O anúncio das medidas norte-coreanas ocorre quando, segundo o Washington Post, o governo do presidente Donald Trump levantou a possibilidade de realizar o primeiro teste nuclear americano desde 1992, como um aviso à Rússia e à China.

Segundo o jornal americano, que na sexta-feira citou um alto funcionário do governo e dois ex-funcionários, todos sob anonimato, o assunto foi debatido durante uma reunião em 15 de maio.

Para Daryl Kimball, diretor executivo da Arms Control Association, uma organização sediada nos EUA, essa decisão provavelmente "atrapalharia" as negociações entre Washington e Pyongyang sobre o arsenal nuclear norte-coreano.

Essas negociações estão paralisadas, apesar de três cúpulas entre Trump e Kim.

No caso de um teste nuclear nos EUA, Kim "pode não se sentir compelido a respeitar sua moratória sobre testes nucleares", enfatiza Kimball.

A Coreia do Norte realizou seis testes nucleares entre 2006 e 2017, mas não realizou nenhum desde então.

Está sujeita a uma série de sanções pelo Conselho de Segurança da ONU devido a suas atividades nucleares e programas balísticos.

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