Coreia do Norte: Teste foi um "sucesso perfeito", disse o líder Kim Jong Un (KCNA/Reuters)
Reuters
Publicado em 3 de setembro de 2017 às 11h10.
Seul - A Coreia do Norte realizou seu sexto e mais potente teste nuclear neste domingo (3), e o país afirmou se tratar de uma bomba de hidrogênio avançada para um míssil de longo alcance, marcando uma dramática escalada da disputa do regime norte-coreano com os Estados Unidos e seus aliados.
O anúncio de Pyongyang veio poucas horas depois de agências sísmicas internacionais detectarem um terremoto provocado por uma ação humana perto do local onde a Coreia do Norte realiza seus testes. Autoridades japonesas e sul-coreanas afirmaram que o abalo foi cerca de 10 vezes mais forte do que o tremor registrado no último teste nuclear da Coreia do Norte há um ano.
Não houve confirmação independente de que a detonação, que gerou condenação internacional, foi de uma bomba de hidrogênio, mas o chefe de gabinete do Japão, Yoshihide Suga, disse que Tóquio não pode descartar a possibilidade de ter sido uma bomba de hidrogênio.
O teste é um desafio direto ao presidente dos EUA, Donald Trump, que horas antes havia falado por telefone com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, sobre a "escalada" da crise nuclear na região e que anteriormente havia prometido impedir a Coreia do Norte de desenvolver armas nucleares que pudessem ameaçar os Estados Unidos.
A Coreia do Norte, que desenvolve seus programas nuclear e de mísseis em desafio a resoluções e sanções impostas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), disse em anúncio feito na TV estatal que o teste com bomba de hidrogênio ordenado pelo líder Kim Jong Un foi um "sucesso perfeito".
A bomba foi desenhada para ser montada no recentemente desenvolvido míssil balístico intercontinental do país, disse a Coreia do Norte.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, Yukiya Amano, disse que o teste foi "um ato extremamente lamentável" que está "em completo desacordo com as repetidas demandas da comunidade internacional".
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a comunidade internacional tem de reagir firmemente a esta "nova provocação" e o presidente da Coreia do Sul, Moo Jae-in, disse que Seul pressionará por medidas firmes para isolar ainda mais a Coreia do Norte, incluindo novas sanções da ONU.
O Japão levantou a perspectiva de novas sanções, afirmando que restrições ao comércio de petróleo norte-coreano estão sobre a mesa.
A China, única grande aliada da Coreia do Norte, disse que condena fortemente o teste nuclear e fez um apelo para que Pyongyang pare suas ações "erradas". Os Estados Unidos pediram repetidas vezes que Pequim faça mais para conter a Coreia do Norte.