Coreia do Norte ameaça Japão com "nuvens nucleares"
A Coreia do Norte afirma que as advertências foram feitas por causa do discurso feito por Abe na Assembleia-Geral da ONU
EFE
Publicado em 2 de outubro de 2017 às 22h26.
Seul - A Coreia do Norte afirmou nesta terça-feira (data local) que o Japão arrisca ver "nuvens nucleares" sobre o território do país por causa da pressão exercida pelo governo de Shinzo Abe na comunidade internacional para impor mais sanções contra o regime de Kim Jong-un para abandonar seu programa atômico.
Em um artigo publicado pela agência estatal "KCNA", a Coreia do Norte afirma que as advertências foram feitas por causa do discurso feito por Abe na Assembleia-Geral da ONU. Em seu pronunciamento, o primeiro-ministro do Japão pediu "mais pressão em vez de diálogo" para que Kim Jong-un desista das armas nucleares.
O regime de Pyongyang acusa Abe de usar a "teoria da crise na Coreia" com "fins políticos". E, em particular, para "facilitar a militarização do Japão, ao mesmo tempo em que reforça unidade interna, resolvendo os problemas das lideranças atuais".
O artigo ainda afirma que o premiê japonês já mostrou seus "sinistros objetivos políticos" com medidas como o aumento do orçamento do Ministério de Defesa e a dissolução da câmara baixa do parlamento para convocar eleições antecipadas em outubro.
"Esse tipo de fraude que incita a tensão na península da Coreia são atos suicidas que levarão nuvens nucleares ao arquipélago do Japão", afirmou a "KCNA".
"Ninguém sabe quando essa situação instável poderia desembocar em uma guerra nuclear, mas, se isso ocorrer, o arquipélago japonês ficaria envolvido em chamas em um instante. A população do Japão seria oferecida em sacrifício por parte de um grupo de militaristas reacionários", alertou a agência.
A tensão na região chegou a níveis inéditos graças às trocas de ameaças entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano nas últimas semanas.
A Coreia do Norte testou nos últimos meses seus primeiros mísseis de alcance intercontinental e realizou um lançamento nuclear no dia 3 de setembro, o que gerou uma série de novas sanções do Conselho de Segurança da ONU, patrocinadas em conjunto por Japão, EUA e Coreia do Sul.