Coreia do Norte: Kim Jong-un e Trump realizaram duas cúpulas para discutir a desnuclearização da península coreana (Leah Millis/Reuters)
Reuters
Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 16h34.
Última atualização em 21 de janeiro de 2020 às 16h36.
Genebra — A Coreia do Norte informou na terça-feira que não está mais vinculada aos compromissos de interromper os testes nucleares e de mísseis, culpando o fracasso dos Estados Unidos em cumprir o prazo de final do ano para negociações nucleares e as sanções norte-americanas "brutais e desumanas".
O líder norte-coreano, Kim Jong Un, estabeleceu o prazo de final de dezembro para as negociações de desnuclearização com os Estados Unidos e o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Robert O'Brien, disse na época que os EUA tinham aberto canais de comunicação.
O'Brien afirmou que esperava que Kim seguisse os compromissos de desnuclearização que ele assumiu em cúpulas com o presidente dos EUA, Donald Trump.
Ju Yong Chol, conselheiro da missão norte-coreana na ONU em Genebra, disse que nos últimos dois anos seu país interrompeu testes nucleares e de lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais "a fim de construir confiança com os Estados Unidos".
Mas os EUA reagiram com dezenas de exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul na península dividida e impondo sanções, disse ele.
"Como ficou claro agora que os EUA permanecem inalterados em sua ambição de impedir o desenvolvimento da Coreia do Norte e de sufocar seu sistema político, não encontramos razão para ficarmos unilateralmente vinculados pelo compromisso que a outra parte deixa de honrar", declarou Ju na Conferência sobre Desarmamento, apoiada pela ONU.
Ju acusou ainda os Estados Unidos de aplicar "as sanções mais brutais e desumanas".
"Se os EUA persistirem em uma política tão hostil em relação à Coreia do Norte, nunca haverá a desnuclearização da península coreana", disse ele.