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COP18: De malas prontas e lição de casa feita

Embora o Brasil ainda não tenha o compromisso de reduzir emissões, os associados já estão se preparando

Presidente da (COP18), Abdullah bin Hamad Al-Attiyah, fala na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, em Doha (Mohammed Dabbous/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 15h24.

São Paulo - Uma delegação do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) está de malas prontas para o Qatar, onde executivos e técnicos da Votorantim, Banco do Brasil, Itaú, Braskem, Cemig, EDP e Ecofrotas acompanharão as negociações da 18ª Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas (COP18). Eles estão especialmente interessados no acordo pós-2020 (Plataforma Durban), que deve estender o compromisso de reduzir emissões para o grupo de países chamado BASIC (Brasil, África do Sul, Índia e China) mais os Estados Unidos.

“É fundamental a participação do empresariado, mesmo numa COP como essa, considerada de transição, porque somos os mais afetados pelas metas. O Governo assume os compromissos, mas somos nós que vamos cumpri-los com a redução de emissões na indústria; ou vamos financiar, no setor bancário; ou vamos propor soluções por meio do setor de serviços”, pondera Fernando Malta, coordenador da Câmara Temática de Energia e Mudanças Climáticas do CEBDS. “Além disso, paralelamente às negociações, a COP é um grande show-room de projetos e tecnologias para avançar na luta contra a o aumento das emissões”.

Em casa, o Conselho Empresarial não se limita ao acompanhamento do noticiário sobre mudanças climáticas. Embora o Brasil ainda não tenha o compromisso de reduzir emissões, os associados já estão se preparando. Não só as empresas grandes e/ou multinacionais, como seria óbvio e quase obrigatório: também as empresas fornecedoras, de médio e até pequeno porte.

O primeiro passo foi colocar essas empresas em contato com o assunto mudanças climáticas, para seus técnicos entenderem a participação de cada fábrica ou serviço no problema global. Depois veio um curso de capacitação – Gestão de Carbono na Cadeia de Valor – no qual foram apresentadas as diretrizes para a elaboração de inventários de emissões, conforme os padrões internacionais. Entre 33 empresas participantes – de transportadoras de valores a fornecedoras de matéria prima para siderúrgicas – 22 chegaram a elaborar seus inventários. E a experiência ganha outra rodada em 2013, com cerca de cem empresas fornecedoras relacionadas a 12 associados.

Assim, mesmo que os acordos em torno da Plataforma Durban sejam empurrados para as próximas COPs, o movimento voluntário do empresariado vai tomando vulto e fazendo pressão. A velocidade ainda não é a necessária, face às tremendas demandas globais de reduções de emissões, mas a lição de casa está feita e a pressão é na direção certa.

O que já não se pode dizer da estagnação produzida pela crise econômica em alguns países ou dos passos atrás promovidos por Rússia, Polônia e Ucrânia, que integram o grupo dos chamados hot air…

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“É fundamental a participação do empresariado, mesmo numa COP como essa, considerada de transição, porque somos os mais afetados pelas metas. O Governo assume os compromissos, mas somos nós que vamos cumpri-los com a redução de emissões na indústria; ou vamos financiar, no setor bancário; ou vamos propor soluções por meio do setor de serviços”, pondera Fernando Malta, coordenador da Câmara Temática de Energia e Mudanças Climáticas do CEBDS. “Além disso, paralelamente às negociações, a COP é um grande show-room de projetos e tecnologias para avançar na luta contra a o aumento das emissões”.

Em casa, o Conselho Empresarial não se limita ao acompanhamento do noticiário sobre mudanças climáticas. Embora o Brasil ainda não tenha o compromisso de reduzir emissões, os associados já estão se preparando. Não só as empresas grandes e/ou multinacionais, como seria óbvio e quase obrigatório: também as empresas fornecedoras, de médio e até pequeno porte.

O primeiro passo foi colocar essas empresas em contato com o assunto mudanças climáticas, para seus técnicos entenderem a participação de cada fábrica ou serviço no problema global. Depois veio um curso de capacitação – Gestão de Carbono na Cadeia de Valor – no qual foram apresentadas as diretrizes para a elaboração de inventários de emissões, conforme os padrões internacionais. Entre 33 empresas participantes – de transportadoras de valores a fornecedoras de matéria prima para siderúrgicas – 22 chegaram a elaborar seus inventários. E a experiência ganha outra rodada em 2013, com cerca de cem empresas fornecedoras relacionadas a 12 associados.

Assim, mesmo que os acordos em torno da Plataforma Durban sejam empurrados para as próximas COPs, o movimento voluntário do empresariado vai tomando vulto e fazendo pressão. A velocidade ainda não é a necessária, face às tremendas demandas globais de reduções de emissões, mas a lição de casa está feita e a pressão é na direção certa.

O que já não se pode dizer da estagnação produzida pela crise econômica em alguns países ou dos passos atrás promovidos por Rússia, Polônia e Ucrânia, que integram o grupo dos chamados hot air…

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