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Consumo de energia comercial compensa desempenho industrial

Em outubro, foram consumidos mais 435 gigawatts-hora (GWh) sobre consumo registrado em igual período do ano passado


	Na contramão do consumo de energia elétrica das classes comercial e residencial , o consumo da indústria registrou a quinta queda consecutiva
 (Fabio Luiz A. Silva/ Flickr Commons)

Na contramão do consumo de energia elétrica das classes comercial e residencial , o consumo da indústria registrou a quinta queda consecutiva (Fabio Luiz A. Silva/ Flickr Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2012 às 19h22.

Rio de Janeiro - Os resultado de outubro do consumo das classes residencial e comercial compensaram, em parte, o fraco desempenho do setor industrial – a mola mestra da economia brasileira – e fizeram com que a demanda por energia elétrica no país tivesse expansão de 2,8% em outubro, em comparação a outubro do ano passado.

De acordo com a Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica do mês passado, divulgado hoje (28) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), outubro “consolidou o quadro de desempenho vigoroso que a classe comercial vem sustentando ao longo de 2012, como evidencia sua taxa acumulada no ano de 7,2% - contra os 3,3% de expansão do consumo global”.

Em outubro, foram consumidos mais 435 gigawatts-hora (GWh) sobre consumo registrado em igual período do ano passado, totalizando 6.592 GWh, o que corresponde à taxa mensal de 7,1%. Nesse resultado, destaca-se o aumento de 7,6% no consumo comercial na Região Sudeste, puxado em parte pelas altas temperaturas registradas no mês.

Também o mercado do Rio de Janeiro registrou forte crescimento (11,2%), resultado do aquecimento do setor e também do processo de reclassificação, ainda em curso, dos condomínios residenciais para a base de consumidores comerciais. Em São Paulo, temperaturas mais elevadas também contribuíram para aumentar em 6,4% o consumo nos estabelecimentos comerciais no estado pelo uso mais intenso de aparelhos de ar condicionado.

As regiões Norte (9,1%) e Centro-Oeste (8,0%) mantiveram dinâmica de crescimento acima da taxa nacional. Para o resultado dessas regiões foram destaques: Amazonas (12,2%) e Goiás (9,1%).

Climas mais quente em grande parte do país também impulsionaram o consumo de energia elétrica nas residências. Depois de dois meses de taxas modestas, a classe teve desempenho em linha com resultados acumulados no ano de 4,3%, e, nos últimos 12 meses, 4,1%.


No Centro-Oeste, altas temperaturas e chuva em menor volume influenciaram a forte expansão do consumo em Mato Grosso (15,8%) e em Mato Grosso do Sul (13,5%).

Na contramão do consumo de energia elétrica das classes comercial e residencial , o consumo da indústria registrou a quinta queda consecutiva totalizando, em outubro, 15.034 GWh, montante 0,9% inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado.

No resultado acumulado do ano, o crescimento da indústria, que reflete diretamente o comportamento da economia, a expansão de janeiro a outubro é apenas 0,3%, ficando praticamente estagnada em relação a igual período de 2011. Nos últimos doze meses, a taxa anualizada é também significativamente baixa: 0,4%

“O consumo da indústria segue sem apresentar avanços, impactado pelo cenário econômico internacional desfavorável. Em geral, continua-se verificando menor consumo de energia elétrica nos setores voltados à exportação, como os da cadeia minero-metalúrgica, incluindo a produção de alumínio, que é altamente intensiva no uso de eletricidade”, diz a resenha da EPE.

No Sudeste (-0,4%), o consumo industrial segue repercutindo a desaceleração desses setores, principalmente em Minas Gerais (-2,3%) e São Paulo (-1,2%). No Rio de Janeiro (+7,7%), a exceção da região, o resultado positivo está relacionado, em parte, ao fornecimento adicional de energia elétrica a “um grande consumidor” que enfrentou problemas em sua autoprodução.

Nas regiões Norte (-9,3%) e Nordeste (-1,5%), o menor consumo de energia elétrica destinado à produção de alumínio segue afetando o consumo da classe industrial, especificamente nos estados do Pará (-11%) e Maranhão (-11,4%).

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