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Conservadores têm vitória apertada nas legislativas da Noruega

A coalizão de conservadores e populistas do Partido do Progresso alcançou uma estreita maioria de 89 do total de 169 cadeiras do Parlamento

Erna Solberg: a aritmética eleitoral promete aos vencedores um futuro complicado (NTB Scanpix/Heiko Junge/Reuters)

Erna Solberg: a aritmética eleitoral promete aos vencedores um futuro complicado (NTB Scanpix/Heiko Junge/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 09h04.

A vitória dos conservadores nas legislativas de segunda-feira (11) na Noruega permitirá à primeira-ministra continuar no cargo, mas com uma maioria mais frágil e com aliados cada vez menos dispostos a fazer concessões.

Erna Solberg, de 56, uma dirigente popular neste país de 5,3 milhões de habitantes, é a primeira conservadora em mais de 30 anos a ganhar duas eleições legislativas seguidas.

Com a ajuda de dois partidos nanicos de centro-direita, sua coalizão de conservadores e populistas do Partido do Progresso (anti-imigração) alcançou uma estreita maioria de 89 do total de 169 cadeiras do Parlamento, segundo resultados oficiais quase definitivos.

"Temos um mandato de mais quatro anos, porque tivemos resultados, fizemos o que havíamos prometido", proclamou Solberg a seus simpatizantes.

Os conservadores fizeram campanha com a promessa de continuar reduzindo impostos para sustentar a economia, enquanto a oposição, liderada pelo trabalhista Jonas Gahr Støre, defendeu um aumento da carga tributária - em particular para os mais ricos - para reduzir desigualdades e consolidar o Estado de Bem-Estar Social.

A aritmética eleitoral promete aos vencedores um futuro complicado.

Os conservadores da Noruega - o maior produtor de hidrocarbonetos da Europa Ocidental - conseguiram sobreviver à crise do setor petroleiro e à dos migrantes. Mas a direita perdeu sete cadeiras em comparação com a legislatura que começou em 2013.

Agora, mais do que nunca, os conservadores precisam de unidade para governar, mas os resultados deixaram claras as dificuldades que o novo governo terá pela frente.

Até então, o governo em final de mandato era minoritário no Parlamento e precisava apenas do apoio de um, ou de dois partidos de centro-direita - democratas-cristãos, ou liberais - para governar.

Agora, essas pequenas siglas são matematicamente indispensáveis para a primeira-ministra Solberg, e as divergências com os populistas são cada vez maiores.

Os democratas-cristãos já descartaram se unir formalmente a um governo que inclua membros do Partido do Progresso, sem o qual Solberg tampouco poderá governar.

"Não podemos dar garantias para os próximos quatro anos", advertiu seu líder, Knut Arild Hareide.

Sem um acordo formal de cooperação, o próximo governo de Solberg será obrigado a travar difíceis negociações sobre cada tema para obter o apoio da centro-direita, que se nega a lhe dar um cheque em branco.

Com esse xadrez, as concessões e os compromissos serão numerosos, motivo pelo qual se trata de uma "vitória amarga", como aponta a capa do jornal "Dagbladet".

"Não está claro que sobrevivam por quatro anos", advertiu Audun Lysbakken, o líder da Esquerda Socialista, um dos poucos vitoriosos em eleições fragmentadas e que se mantém na oposição.

O cientista político Knut Heidar, da Universidade de Oslo, também considera "pouco provável que o governo aguente mais quatro anos".

"Acho que o tema da imigração, ou talvez, o da relação centro-periferia, terminará por fazer os 'democristãos' derrubarem o governo", comentou.

Kåre Willoch, único premiê conservador a obter dois mandatos consecutivos, não conseguiu terminar seu segundo governo, caindo em 1986.

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