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Conservadores europeus apoiam Von der Leyen para segundo mandato na UE

Em um congresso do Partido Popular Europeu em Bucareste, capital da Romênia, a líder alemã de 65 anos recebeu um total de 400 votos a favor e 89 contra, afirmou o partido

Von der Leyen fez uma mudança nos últimos meses para colocar as questões climáticas em segundo plano (Leandro Fonseca/Exame)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 7 de março de 2024 às 11h40.

A presidente do braço Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen , recebeu nesta quinta-feira, 7, na Romênia o apoio da sua família política conservadora para um segundo mandato como o rosto que representa o bloco comunitário.

Em um congresso do Partido Popular Europeu (PPE) em Bucareste, capital da Romênia, a líder alemã de 65 anos recebeu um total de 400 votos a favor e 89 contra, afirmou o partido.

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O apoio da sua família política é fundamental para a ex-ministra da Defesa alemã, que também necessitará do apoio do novo Parlamento Europeu após as eleições comunitárias de junho para ser reeleita.

Depois de um mandato abalado por múltiplas turbulências, desde a pandemia de covid-19 à guerra na Ucrânia, Von der Leyen quer manter-se à frente do Executivo europeu até 2029.

A alemã agradeceu aos 1.500 representantes do PPE reunidos no congresso pela sua "confiança", incluindo eurodeputados, líderes partidários e até 12 chefes de Estado e de Governo da UE.

"Temos agora 90 dias até o dia das eleições (...) Agora é hora de sair e convencer as pessoas, conquistar os seus corações e conquistar as suas mentes", afirmou.

"Momento decisivo"

Antes da votação, Von der Leyen garantiu que a UE estava em um "momento decisivo".

"A nossa Europa pacífica e unida é desafiada como nunca antes. Pelos populistas, pelos nacionalistas, pelos demagogos. Quer se trate da extrema direita ou da extrema esquerda", disse ela.

"O seu objetivo é o mesmo: pisotear os nossos valores e destruir a nossa Europa. E nós, o PPE, nunca permitiremos que isso aconteça", acrescentou.

O seu compatriota Manfred Weber, presidente do grupo PPE no Parlamento Europeu, descreveu-a como uma "líder sólida". Com ela, a Europa está "em boas mãos", defendeu.

Principal força política no Parlamento Europeu, o PPE aparece como favorito nas eleições europeias marcadas para 6 e 9 de junho.

Estas eleições provocarão a renovação das principais instituições comunitárias, incluindo a Comissão, com um método de distribuição que normalmente reflete o equilíbrio político deixado nas urnas.

Dentro do PPE, Von der Leyen "goza de amplo apoio e o seu equilíbrio lhe confere uma imagem positiva", comentou Thierry Chopin, conselheiro especial do Instituto Jacques Delors.

Primeira mulher a ocupar este cargo, a política alemã soube manobrar "perante crises, apesar de posições por vezes divisivas" na política externa, como com a China ou o Oriente Médio, acrescentou.

De todo modo, há opiniões divergentes, especialmente da direita francesa, que denuncia "uma espécie de deriva tecnocrática que maltrata os nossos agricultores".

A crítica refere-se ao Acordo Verde, principal sucesso legislativo da presidente da Comissão, que se tornou motivo de protestos em massa dos agricultores europeus nas últimas semanas.

Guinada à direita

Diante dos protestos e da ascensão da extrema direita nas pesquisas, Von der Leyen fez uma mudança nos últimos meses para colocar as questões climáticas em segundo plano.

Em outra mudança de rumo, o PPE defende agora a transferência de solicitantes de asilo para países terceiros face à pressão migratória, conforme estipulado no manifesto aprovado no primeiro dia do congresso.

"Somos nós, europeus, que decidimos quem vem para a Europa e em quais circunstâncias, e não redes organizadas de traficantes", defendeu a responsável.

"Percebe-se que ela procura votos da direita", observou o analista Thierry Chopin, e aproxima-se da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, de extrema direita, com quem viajou a Kiev por ocasião dos dois anos da invasão russa de Ucrânia.

Investida pelo Parlamento Europeu com uma margem estreita em 2019, "ela sabe que deve reunir o máximo de votos possíveis para garantir a maioria" se quiser ser reeleita, disse este especialista.

Os socialistas, segundo grupo no Parlamento Europeu, lançaram a sua campanha no último fim de semana em Roma, tendo o luxemburguês Nicolas Schmit como candidato à Comissão Europeia, e alertaram para o risco de uma onda "iliberal" nas urnas.

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