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Indicado de Trump na política externa, Marco Rubio ataca China e pede 'diplomacia ousada' na Ucrânia

Caso os congressistas aprovem sua nomeação, republicano se tornará o primeiro hispânico a chefiar o Departamento de Estado americano

Senador republicano defende mudanças na política externa dos EUA contra a China e em relação à Ucrânia (AFP)

Senador republicano defende mudanças na política externa dos EUA contra a China e em relação à Ucrânia (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 18h14.

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O senador da Flórida, Marco Rubio, indicado por Donald Trump para chefiar o Departamento de Estado, sinalizou mudanças importantes na política externa dos EUA durante sua sabatina no Senado, realizada nesta quarta-feira, 15. Rubio atacou a China, principal alvo da guerra comercial de Trump, e afirmou que o país "trapaceou" para se tornar uma superpotência. Sobre a guerra na Ucrânia, o senador defendeu uma "diplomacia ousada", com concessões tanto a Moscou quanto a Kiev, para encerrar o conflito.

Se aprovado pelo Senado, Marco Rubio será o primeiro hispânico da História a comandar o Departamento de Estado americano. Filho de imigrantes cubanos, Rubio pode trazer maior atenção à América Latina no novo governo, especialmente em temas migratórios. Com o Partido Republicano controlando o Senado por uma maioria apertada, a expectativa é de que sua confirmação ocorra sem grandes obstáculos.

Rubio destacou que a política externa americana deve priorizar os interesses nacionais, seguindo o lema "América Primeiro" de Trump. Ele criticou a "ordem mundial liberal" como obsoleta e uma arma usada contra os Estados Unidos.

China, Taiwan e a visão de Rubio

Ao tratar da China, Rubio reforçou o tom crítico, acusando o país de se beneficiar da ordem global enquanto ignorava responsabilidades. Segundo ele:

“Recebemos o Partido Comunista Chinês nessa ordem global. E eles aproveitaram todos os seus benefícios. Mas ignoraram todas as suas obrigações e responsabilidades. Eles mentiram, trapacearam, hackearam e roubaram para alcançar o status de superpotência global, às nossas custas.”

Rubio também abordou o tema Taiwan, afirmando que a ilha democrática deve ser protegida de uma eventual invasão chinesa. Ele defendeu uma estratégia de dissuasão, alertando que a China deve entender os altos custos de tentar tomar o território:

“[Se nada mudar], teremos que lidar com isso antes do final desta década.”

Embora os EUA não reconheçam oficialmente Taiwan como um país independente, mantêm fortes laços militares e comerciais com a ilha, em oposição às pretensões da China.

“Diplomacia ousada” para a guerra na Ucrânia

Sobre o conflito na Ucrânia, que já dura quase três anos, Rubio defendeu uma nova abordagem. Ele admitiu ser "irrealista" esperar que Kiev recupere territórios ocupados pela Rússia:

“É irrealista acreditar que, de alguma forma, uma nação do tamanho da Ucrânia possa reverter os avanços da Rússia.”

Rubio destacou que a falta de pessoal é um dos maiores desafios ucranianos, e não a falta de financiamento. Ele e Trump concordam que o foco deve ser em negociações diretas para encerrar o conflito, mesmo que sejam necessárias concessões.

O papel dos EUA na Otan e os desafios na América Latina

Rubio, coautor de um projeto de lei que impede a retirada dos EUA da Otan sem aprovação do Congresso, reafirmou seu apoio à aliança militar. No entanto, destacou a necessidade de que os países-membros aumentem seus investimentos em Defesa, ecoando um discurso comum de Trump.

Na América Latina, Rubio defendeu maior rigor contra governos autoritários, como os de Cuba, Venezuela e Nicarágua. Ele atribuiu à instabilidade da região problemas como migração em massa e tráfico de drogas, incluindo a crise de fentanil que afeta os EUA.

Por fim, Rubio enfatizou que o papel da política externa americana deve ser garantir segurança, prosperidade e força ao país, sempre priorizando os interesses nacionais.

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