Mundo

Conselho de Segurança mira fontes de financiamento do EI

Conselho de Segurança da ONU ameaçou impor sanções a qualquer um que compre petróleo do Estado Islâmico e de militantes da Frente Al-Nusra


	Estado Islâmico: de acordo com um relatório da ONU, foi muito difícil estimar quanto dinheiro o Estado Islâmico está obtendo
 (AFP)

Estado Islâmico: de acordo com um relatório da ONU, foi muito difícil estimar quanto dinheiro o Estado Islâmico está obtendo (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 15h56.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) proibiu nesta quinta-feira todo o comércio de antiguidades da Síria, ameaçou impor sanções a qualquer um que compre petróleo do Estado Islâmico e de militantes da Frente Al-Nusra, ligada à Al Qaeda, e exortou os países a não pagar mais resgates de reféns.

O conselho de 15 nações adotou por unanimidade a resolução elaborada pela Rússia, cuja aplicação é obrigatória e dá ao conselho a autoridade de impor decisões com sanções econômicas, mas não autoriza o uso da força militar.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, lamentou que o conselho não tenha mostrado a mesma unidade na tentativa de pôr fim à guerra civil de quatro anos na Síria, culpando o conflito pela ascensão do Estado Islâmico.

"Assim como repudiamos as monstruosidades perpetradas (pelo Estado Islâmico) também devemos continuar a repudiar a brutalidade do regime (do presidente sírio, Bashar al-Assad), que há muito tempo perdeu legitimidade para governar", declarou Power à entidade.

Ela rejeitou as afirmações de que os EUA precisam se unir ao governo de Damasco para confrontar os extremistas.

Há tempos o Conselho de Segurança da ONU está num impasse em relação à Síria, já que a Rússia, aliada de Assad, e a China vetaram várias resoluções sobre o conflito sírio.

A medida desta quinta-feira baniu o comércio de antiguidades sírias e reafirmou uma proibição à venda de artefatos iraquianos de cerca de uma década atrás.

A resolução demonstrou preocupação que o Estado Islâmico e outros grupos estejam "gerando receita pelo envolvimento direto ou indireto com o saque e o contrabando de itens da herança cultural... para financiar seus esforços de recrutamento e fortalecer sua capacidade operacional de organizar e realizar ataques terroristas".

De acordo com um relatório da ONU de novembro, foi muito difícil estimar quanto dinheiro o Estado Islâmico está obtendo com saques e o comércio de antiguidades sírias e iraquianas.

A resolução leva adiante iniciativas anteriores de mirar as vendas de petróleo do grupo radical e exorta os Estados a deter veículos chegando ou partindo de territórios sob domínio do Estado Islâmico e da Frente Al-Nusra, de onde as facções podem estar contrabandeando petróleo, metais, grãos, gado, eletrônico e cigarros para vender em todo o mundo ou trocar por armas.

Em novembro, a ONU avaliou que a renda de petróleo do Estado Islâmico varia entre 846 mil e 1,6 milhão de dólares por dia. Mas o Pentágono determinou que o petróleo não é mais a principal fonte de renda para o grupo extremista.

Diplomatas ocidentais afirmaram que isso se deve aos ataques aéreos à infraestrutura do petróleo e à queda no preço da commodity.

O documento ainda disse que o Estado Islâmico estava arrecadando entre 96 mil e 123 mil dólares por dia com pagamentos de resgates.

Acompanhe tudo sobre:Al QaedaConselho de Segurança da ONUEstado IslâmicoIslamismoONUSíriaTerrorismo

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia