Síria: nesta segunda-feira entrou nessa região o primeiro comboio humanitário desde o início da ofensiva governamental em fevereiro (Bassam Khabieh/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de março de 2018 às 17h48.
Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU se reunirá amanhã para analisar a situação na Síria após ter exigido uma trégua no país que não se materializou, confirmaram nesta terça-feira à Agência Efe fontes diplomáticas.
O encontro, que não estava previsto inicialmente, acontecerá a portas fechadas às 10h (hora local de Nova York, 12h de Brasília).
Originalmente, o Conselho de Segurança não pretendia analisar a implementação da sua resolução para um cessar-fogo na Síria até a próxima segunda-feira.
A iniciativa, aprovada no último dia 24 de fevereiro após intensas negociações, exigia das partes uma trégua de pelo menos 30 dias para facilitar o fornecimento de ajuda humanitária e as evacuações de feridos e doentes.
No entanto, os combates no país continuaram, também no reduto opositor de Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, sobre cuja dramática situação alertam há semanas tanto a ONU quanto seus parceiros humanitários.
Nesta segunda-feira entrou nessa região o primeiro comboio humanitário desde o início da ofensiva governamental em fevereiro, mas que teve que retirar-se antes do previsto perante os contínuos ataques.
O porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, Jens Laerke, afirmou hoje em Genebra que dez do total de 46 caminhões que formavam o comboio humanitário não puderam ser descarregados pela falta de segurança na região e quatro deles apenas parcialmente.
"A ONU condena nos termos mais enérgicos a falta de respeito à cessação de hostilidades e a indiferença das partes armadas perante as garantias outorgadas previamente através dos canais regulares para a passagem segura do comboio", afirmou Laerke.
No entanto, a ONU e seus parceiros tentarão entregar a "segunda parte da provisão humanitária em 8 de março, mas para isso todas as medidas de segurança têm que estar garantidas", enfatizou.
As agências da ONU tinham permissão para entregar em Ghouta Oriental ajuda humanitária para 70.000 pessoas, razão pela qual entendem que contam com a autorização para fornecer o material que ainda resta nos caminhões nesta quinta-feira ou antes se fosse possível, indicou.