Conselho da ONU segue negociando e não votará hoje sobre Síria
Moscou propôs seu próprio projeto de resolução, que para as potências ocidentais está muito longe de ser suficiente
EFE
Publicado em 6 de abril de 2017 às 22h26.
Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU não votará nesta quinta-feira uma resolução sobre o ataque químico na Síria , com os Estados-membros ainda divididos e tentando negociar um compromisso.
"O Conselho de Segurança já não votará sobre a Síria esta tarde", disse no Twitter o diplomata britânico Stephen Hickey, assegurando que as negociações entre os membros continuam.
Os 15 países do Conselho seguem por enquanto sem colocar-se de acordo sobre um texto e têm até três minutas sobre a mesa.
O primeiro foi posto em circulação por Estados Unidos, França e Reino Unido na última hora da terça-feira e rejeitado quase imediatamente pela Rússia.
Moscou propôs depois seu próprio projeto de resolução, que para as potências ocidentais está muito longe de ser suficiente.
"Nem sequer condena o ataque", disse hoje aos jornalistas o embaixador britânico, Matthew Rycroft.
Perante o bloqueio, Washington, Paris e Londres tinham mostrado sua disposição de forçar uma votação hoje, que previsivelmente teria terminado com um veto russo.
Na última hora, no entanto, os dez membros não-permanentes do Conselho propuseram um texto de compromisso para tentar levar adiante uma resolução.
A minuta é muito similar à proposta pelas potências ocidentais, mas elimina um parágrafo no qual se exigia das autoridades sírias que ajudassem com certas informações concretas - como históricos de voos de sua aviação - para facilitar a investigação internacional do incidente.
Nessa resolução se mantêm, em todo caso, os pedidos a Damasco para que coopere plenamente e facilite o acesso aos analistas da ONU e da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) que se encarregariam da investigação.
As discussões nas Nações Unidas se desenvolveram hoje enquanto de Washington chegavam informações que asseguravam que a Casa Branca está estudando uma possível ação militar em resposta ao ataque químico de terça-feira, pelo qual o Ocidente responsabiliza o regime de Bashar al Assad.