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Conselheiro de Erdogan acusa chefs de cozinha de espionagem

Para Yigit Bulut, os programas culinários gravados na Turquia por europeus são apenas uma fachada para a espionagem da União Europeia

Turquia: ao que se parece, Bulut se referia ao popular programa de televisão "Da Europa a Anatolia" (Yiğit Bulut/Divulgação)
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AFP

Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 17h01.

O que fazem realmente os chefs europeus que vão à Turquia em busca das especialidades locais e participam de programas de televisão? Espionar, segundo um conselheiro próximo do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que causou turbulência nas redes sociais.

"No outro dia vi um programa em uma rede de televisão. Um britânico e um italiano [...] passeiam de povoado em povoado, fazem pratos e descobrem as delícias da Anatolia", contou Yigit Bulut quarta-feira à noite à rede de televisão A Haber.

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"Não sei se vocês se deram conta, mas todos esses programas de culinária são feitos por estrangeiros. Por que os ingleses, alemães, italianos e franceses passeiam pelos povos da Anatolia ou da Tracia? Coletam informações", afirmou, frente a um apresentador impassível.

Ao que se parece, Bulut se referia ao popular programa de televisão "Da Europa a Anatolia", no qual participam dois chefs, um holandês e um italiano, que percorrem a Turquia em busca de seus tesouros gastronômicos.

As declarações de Bulut, um dos principais conselheiros econômicos de Erdogan, coincidem com um momento de tensão entre a Turquia e a União Europeia diante do falido golpe de Estado ocorrido em julho.

Segundo o influente conselheiro, esses "espiões" se aproveitavam do caráter hospitaleiro das populações locais para atingir seus objetivos.

"Nossos cidadãos são ingênuos", lamentou Bulut, "Abrem suas portas para eles, contam-lhes segredos, lhes dizem onde encontrar a base militar local, os depósitos de munição".

Alertando os cidadãos a não ficarem parados diante disso, Bulut declarou: "Estejam atentos [...] E que ninguém venha me dizer que isso é uma teoria da conspiração ou que é exagero!".

Forte defensor do chefe de Estado turco, Bulut advertiu no ano passado que se alguém quisesse atentar contra o presidente teria que fazê-lo "por cima de seu cadáver" e adiantou que estava sob posse de "dois revólveres e centenas de munições" prontos para serem usados.

Em 2013, Bulut afirmou que Erdogan era objeto de frequentes tentativas de assassinato, até mesmo através de "telecinesia".

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