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Congresso rejeita emergência decretada por Trump para financiar muro

Mais de dez senadores republicanos votaram contra a declaração de emergência decretada em fevereiro por Trump

Trump declarou a emergência para repassar fundos para a construção do muro na fronteira com o México (Alex Wong/Getty Images)

Trump declarou a emergência para repassar fundos para a construção do muro na fronteira com o México (Alex Wong/Getty Images)

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EFE

Publicado em 14 de março de 2019 às 16h19.

Última atualização em 14 de março de 2019 às 16h46.

Washington — O Senado dos Estados Unidos votou nesta quinta-feira a favor de uma resolução contra o estado de emergência nacional decretado pelo presidente do país, Donald Trump, para financiar o muro na fronteira com o México, duas semanas depois de a Câmara dos Representantes fazer o mesmo.

O resultado (59 a 41) foi possível depois que 12 senadores republicanos e todos os democratas decidiram votar contra a declaração de emergência de Trump para repassar fundos para a construção de um muro na fronteira com o México.

Quatro senadores do Partido Republicano - Susan Collins, Lisa Murkowski, Thom Tillin e Rand Paul - tinham anunciado antes da votação que se posicionariam a favor da resolução democrata, embora Tillin tenha recuado e votado em linha com a maioria de seus colegas.

No entanto, os senadores republicanos Mike Lee, Mitt Romney, Lamar Alexander, Marco Rubio, Jerry Morgan, Rob Portman, Roger Wicker e Roy Blunt, que não tinham antecipado seu voto, também votaram com os democratas para expressar seu desacordo com o decreto de Trump.

A resolução contra a emergência nacional foi apresentada na Câmara dos Representantes pelo presidente do Caucus Hispânico do Congresso (CHC), Joaquín Castro, com o objetivo de censurar Trump por ter passado por cima da autoridade legislativa dos congressistas, que não tinham aprovado os fundos para o muro desejado pelo governante.

A iniciativa havia sido aprovada em fevereiro em uma votação na Câmara, de maioria democrata, por 245 votos a favor e 182 contra.

Mesmo após ser aprovada em ambas câmaras, Trump ainda tem o poder de vetá-la e devolvê-la ao Congresso, algo que advertiu que fará, razão pela qual então se necessitaria do apoio de dois terços da Câmara dos Representantes e do Senado para torná-la efetiva, algo menos provável de acontecer.

De todos modos, o fato de que o Congresso, com maioria republicana no Senado, tenha batido de frente com Trump já representa um golpe na autoridade do governante.

"Estou preparado para vetá-lo se for necessário", disse hoje Trump ao ser perguntado a respeito na Casa Branca.

Pouco antes, o presidente americano havia comentado que a fronteira dos EUA com o México "é um pesadelo humanitário e de segurança nacional", mas ressaltou que "pode ser consertado facilmente".

No último dia 15 de fevereiro, Trump assinou uma declaração de emergência nacional, uma medida extraordinária que permite aos presidentes terem acesso temporariamente a um poder especial para enfrentar uma crise.

Trump justificou sua declaração de emergência em uma suposta "invasão" de drogas e criminosos na fronteira com o México.

Com esse decreto, Trump pretende reunir US$ 6,6 bilhões desviados de diferentes verbas já aprovadas pelo Congresso, que se somariam a outro US$ 1,37 bilhão outorgado pelo poder legislativo para construir a barreira fronteiriça.

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