Mundo

Conflito segue no Iêmen apesar de fim declarado por sauditas

Combatentes houthis capturaram o complexo de uma brigada do Exército leal ao governo na cidade de Taiz, no centro do país


	Soldados sauditas na fronteira com Iêmen: no final da terça-feira, milicianos no sul do Iêmen disseram que irão continuar a enfrentar os houthis
 (Fayez Nureldine/AFP)

Soldados sauditas na fronteira com Iêmen: no final da terça-feira, milicianos no sul do Iêmen disseram que irão continuar a enfrentar os houthis (Fayez Nureldine/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2015 às 12h21.

Cairo/Áden - Forças rivais continuaram a se enfrentar no Iêmen nesta quarta-feira apesar do fim declarado da campanha de bombardeios liderada pela Arábia Saudita, mostrando como poderá ser difícil encontrar uma solução política para uma guerra que desperta animosidades entre os sauditas e o Irã, potências do Golfo Pérsico.

O anúncio de terça-feira de que Riad iria encerrar seus ataques aéreos contra os houthis, quem têm apoio iraniano, gerou reações positivas da Casa Branca e de Teerã, assim como novos pedidos de conversas de paz e de entrega urgente de ajuda humanitária.

Mas horas depois, combatentes houthis capturaram o complexo de uma brigada do Exército leal ao governo na cidade de Taiz, no centro do país, após combates intensos.

Os sauditas realizaram uma ofensiva aérea contra a sede da brigada pouco depois, disseram moradores.

A brigada, assim como várias outras formações, declarou sua lealdade ao presidente iemenita, Abd-Rabbu Mansour Hadi, exilado na Arábia Saudita, abrindo uma nova frente no conflito contra os houthis.

No final da terça-feira, milicianos no sul do Iêmen disseram que irão continuar a enfrentar os houthis até expulsá-los da região, apesar de Riad ter afirmado que sua campanha de um mês contra a etnia já cumpriu seu objetivo.

Moradores do sul e houthis combateram nesta quarta-feira nos arredores da cidade de Dalea, bastião de separatistas no sul iemenita que mudou de mãos várias vezes durante o conflito.

“Esta frente não irá parar de lutar até que todo o sul seja purificado dos houthis e das forças pró-(ex-presidente iemenita Ali Abdullah) Saleh”, afirmou um comunicado de um grupo chamado Movimento de Resistência do Sul.

Diálogo

O movimento congrega civis da região, ex-oficiais do Exército e membros de um movimento secessionista do sul para enfrentar os houthis, que por sua vez lutam ao lado de tropas leais a Saleh.

O próprio Saleh saudou o anúncio saudita e pediu a retomada do diálogo político, de acordo com uma declaração em sua conta de Twitter.

A Arábia Saudita disse que irá iniciar uma nova fase chamada “Operação Recuperando a Esperança”, na qual ações políticas, diplomáticas e militares serão combinadas, mas tendo como foco o processo político.

Acompanhe tudo sobre:Arábia SauditaÁsiaIêmenIrã - País

Mais de Mundo

Kamala bate recorde de doações, conquista delegados e deve fechar nomeação nesta semana

Após fala de Maduro, Lula envia Celso Amorim para acompanhar eleição na Venezuela

Trump se torna o candidato mais velho à Presidência dos EUA, e questões sobre sua saúde se acumulam

Lula se diz assustado com fala de Maduro sobre 'banho de sangue' na Venezuela

Mais na Exame