Mundo

Conflito impede vacinação contra pólio a 765 mil crianças

765 mil crianças não foram contempladas pela recente campanha de vacinação contra a pólio, segundo a Unicef


	Poliomelite: há possibilidade de que a pólio continue persistindo, diz porta-voz
 (Parwiz/Reuters)

Poliomelite: há possibilidade de que a pólio continue persistindo, diz porta-voz (Parwiz/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2014 às 13h18.

Genebra - Aproximadamente, 765 mil crianças com menos de cinco anos vivem em regiões da Síria de difícil acesso por conta do conflito e não foram contempladas pela recente campanha de vacinação contra a pólio ou receberam quantidade insuficiente da dose, após um perigoso surto da doença.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou os dados nessa terça-feira a cargo da campanha de imunização em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A porta-voz do Unicef para o Oriente Médio e o Norte da África, Juliette Touma, disse que o fato de não se ter acesso total e regular a esse grande número de crianças há possibilidade de que a pólio continue persistindo.

Considerada praticamente erradicada na região e sem casos desde 1999, este ano foram registradas 36 ocorrências no país e duas no Iraque. Ambos os países sofrem graves conflitos internos e parte dos territórios está fora do controle governamental e nas mãos de movimentos opositores armados.

Após considerar "alto" o risco de propagação da grave doença, o Unicef e a OMS lançaram a maior campanha de vacinação da história do Oriente Médio, chegando a 25 milhões de crianças, que foram vacinadas de três a seis vezes.

Na Síria, 2,9 milhões de crianças foram vacinadas e será feita uma tentativa de alcançar as que ficaram fora da campanha em uma segunda fase, já iniciada, que se intensificará em agosto, uma vez que conclua o mês de jejum muçulmano.

Ela garantiu que os agentes de vacinação "seguirão cruzando as linhas de fogo para chegar a zonas controladas pela oposição e vacinar às crianças", além de continuar negociando com as partes envolvidas.

A explosão da pólio na Síria é atribuída a motivos determinados pela guerra civil, que começou em 2011, em particular a interrupção das campanhas rotineiras nacionais de vacinação. Infraestruturas sanitárias foram atingidas - com pelo menos 60% de hospitais destruídos ou danificados, e menos de um terço de ambulâncias públicas funcionando - e equipamentos que garantem a chamada "rede de frio", que mantém as vacinas à temperatura adequada até a administração, estão estragados.

Além disso, se considera que outras causas fundamentais foram à saída das equipes de saúde e o continuo deslocamento forçado da população dentro da Síria, com condições de higiene deploráveis e muitas crianças que não puderam ser vacinadas.

Antes do conflito, a taxa de vacinação na Síria era de 99% e agora está em 52%.

Acompanhe tudo sobre:CriançasDoençasPoliomieliteSíriaVacinas

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia