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Confiança na mídia cai nos Estados Unidos, diz pesquisa

De acordo com o especialista, o presidente americano, Donald Trump, estimulou esse movimento afirmando que todas as notícias são "fake news"

Mídia: a rejeição é maior entre os republicanos e conservadores (Anindito Mukherjee/Bloomberg)

Mídia: a rejeição é maior entre os republicanos e conservadores (Anindito Mukherjee/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de setembro de 2018 às 11h46.

Washington - Os americanos dizem confiar menos na imprensa hoje do que há dez anos, especialmente entre republicanos e conservadores. A pesquisa do instituto Gallup, em parceria com a Knight Foundation, mostra que 69% dos adultos nos Estados Unidos afirmam que a confiança na mídia caiu e apenas 4% que aumentou.

Para o professor Jeff Niederdeppe, da Cornell University, o fenômeno tem relação com os ataques de Donald Trump. "O presidente amplificou essas manifestações, repetindo-as e atacando fontes de noticias", diz Niederdeppe. "É sem precedentes que o presidente repetidamente se refira à imprensa como 'fake news'. Essa repetição leva à normalização dessas percepções, por mais falhas que possam ser."

Em estudo conduzido no ano passado, o cientista político Brendan Nyhan chamou a atenção para o que considera "ataques sem precedentes" do mais alto cargo do país, em referência a Trump. "Políticos frequentemente oferecem resistência a uma cobertura desfavorável, mas a constante enxurrada de ataques à legitimidade da imprensa é sem precedentes na era moderna", escreveu o professor da Universidade de Michigan.

Na pesquisa, os republicanos e conservadores são quase unânimes ao dizer que a confiança na imprensa diminuiu na última década. A resposta foi a mesma para 94% dos republicanos e para 95% dos conservadores. A maioria dos que se declaram independentes (75%) ou moderados (66%) também desconfiam da imprensa.

Entre os democratas e os que se consideram liberais, a resposta é outra. No primeiro caso, 42% avaliam que a confiança na imprensa diminuiu, 10% consideram que ela aumentou e a maioria (48%) não alterou a percepção. A pesquisa foi realizada em junho e julho e os resultados foram divulgados pelo Knight Center. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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