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Como a cidade mais feliz dos EUA virou um campo de guerra

Lar de Thomas Jefferson e um dos melhores locais para viver nos EUA, Charlottesville viveu um pesadelo no último final de semana. Entenda

Estátua de Robert E. Lee em Charlottesville, Virginia (EUA) (Joshua Roberts/Reuters)

Gabriela Ruic

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 16h27.

São Paulo – Ela foi lar do terceiro presidente americano, Thomas Jefferson, e eleita a cidade mais feliz dos Estados Unidos , Charlottesville, localizada no estado de Virginia, tem cerca de 50 mil habitantes e é embalada pelo lema “um lugar incrível para todos os nossos cidadãos”.

No último final de semana, no entanto, a cidade se viu no meio de um furacão inesperado depois suas ruas foram tomadas pela marcha racista “Unite The Right” (“Unir a Direita”) e que reuniu milhares de supremacistas brancos de diferentes movimentos, como o novo “alt-right” e o grupo que já é um velho conhecido dos americanos, Ku Klux Klan (KKK).

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O protesto, contudo, rapidamente transformou a cidade em um campo de guerra depois do início de embates violentos entre esses manifestantes e opositores. Até o momento, três pessoas morreram e 20 ficaram feridas em razão da violência. A situação foi de tanto caos, que o governador de Virgínia, o democrata Terry McAuliffe, declarou estado de emergência.

No centro da polêmica está uma estátua. Mais especificamente um monumento de memória de Robert E. Lee, general que liderou os Estados Confederados durante a Guerra Civil Americana e se tornou um símbolo da defesa da escravidão e do racismo.

Erguido em 1924, o marco tem a sua retirada discutida na cidade desde o ano passado. A questão, evidentemente, veio acompanhada de muita polêmica. Em fevereiro de 2017, autoridades locais votaram a favor dessa remoção, mas receberam como resposta um processo legal movido por opositores e que ainda não foi finalizado.

Desde então, defensores do monumento vinham tentando organizar uma marcha para garantir a sua permanência no parque. A cidade tentou em vão bloquear a manifestação, mas seus organizadores conseguiram garantir a sua realização na Justiça ao invocar a defesa da liberdade de expressão prevista na primeira emenda da constituição americana.

Repercussão

No sábado, o presidente  falou a respeito dos incidentes em Virginia, mas foi criticado por não condenar os grupos supremacistas. As críticas vieram por todos os lados, republicanos e democratas, e fizeram o presidente recuar na sua retórica e realizar um novo pronunciamento apontando o dedo diretamente aos envolvidos.

Do lado dos manifestantes, um dos organizadores da manifestação, Jason Kessler, culpou a autoridades da cidade pela violência. “A culpa da violência reside principalmente nos oficiais de Charlottesville e nos policiais que não conseguiram manter a lei e a ordem, proteger os direitos da Primeira Emenda dos participantes da marcha e garantir a sua segurança ".

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