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Comitê se preocupa com fechamento de 11 rádios no Equador

''Soubemos que mais da metade das emissoras fechadas criticaram o Governo'', explicou o diretor-executivo do Comitê para Proteção dos Jornalistas

Microfone de rádio: Segundo o Comitê, alguns proprietários e gerentes dessas emissoras de rádio apontaram que o fechamento foi ''em represália'' pelas críticas (Dreamstime)

Microfone de rádio: Segundo o Comitê, alguns proprietários e gerentes dessas emissoras de rádio apontaram que o fechamento foi ''em represália'' pelas críticas (Dreamstime)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2012 às 21h44.

Nova York - O Comitê para Proteção dos Jornalistas encaminhou documento nesta terça-feira ao Governo equatoriano, que indica sua ''séria preocupação'' pelo fechamento de 11 emissoras de rádio do Equador desde maio.

''Soubemos que mais da metade das emissoras fechadas criticaram o Governo'', explicou o diretor-executivo da entidade, Joel Simón, em carta ao superintendente de Telecomunicações do país sul-americano, Fabián Jaramillo Palacios.

O responsável pelo Comitê sediado em Nova York, que tem como sua principal bandeira a liberdade de imprensa, afirmou que embora o Governo tenha o direito de regular os meios de comunicação, também tem a obrigação de fazê-lo de forma ''transparente e imparcial''.

Após concluir que em algumas instâncias o órgão regulador equatoriano não cumpriu o devido processo garantido pela lei, Simón reiterou sua preocupação diante da possibilidade das emissoras terem sido censuradas.

Segundo o Comitê, alguns proprietários e gerentes dessas emissoras de rádio apontaram que o fechamento foi ''em represália'' pelas críticas e denunciaram que as autoridades querem entregar algumas das frequências a novas rádios comunitárias que apoiam ao Governo.

''Estamos preocupados já que estes fechamentos refletem uma tentativa de controlar o fluxo informativo, suprimir a discordância e ampliar o número de veículos pró-Governo'', lamentou Simón.


O órgão lembra que no dia 12 de junho Jaramillo afirmou que as emissoras fechadas são parte de um grupo que o Governo fecharia por supostos atrasos no pagamento do direito do uso da frequência ou violações técnicas e administrativas.

Segundo a lei de radiodifusão, o Governo pode fechar emissoras quando atrasam por seis meses os pagamentos, mas a análise do Comitê concluiu que várias emissoras foram fechadas apesar da justiça ainda não ter avaliado as apelações dos proprietários.

''Pedimos que permitam que as emissoras voltem ao ar e que seja assegurado que todas as vozes críticas do país possam informar livremente sem a interferência indevida do Governo'', concluiu o diretor-executivo do Comitê, na carta.

Entre as emissoras afetadas estão Rádio Morena (Guayaquil), Rádio Impacto (Latacunga), Rádio K-Mil (Huaquillas), RU Matriz Cadena Sul Equador 1200 (Machala), Rádio Cosmopolita (Quito) ou Rádio NET (Ambato).

Também foram fechadas a Lidervisión TV e Rádio Líder (Napo), Rádio El Dorado (Nueva Loja), o canal comunitário Telesangay (Morona Santiago) e Rádio Sucre (Portoviejo), segundo a entidade.

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