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Comissão Europeia apresenta plano para enfrentar crise energética

No discurso de quase uma hora, Von der Leyen se concentrou nos aumentos dos preços da energia ao consumidor

Von der Leyen "É necessário desvincular os preços da energia elétrica da influência dominante do gás", acrescentou (Valeria Mongelli/Bloomberg/Getty Images)

Von der Leyen "É necessário desvincular os preços da energia elétrica da influência dominante do gás", acrescentou (Valeria Mongelli/Bloomberg/Getty Images)

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AFP

Publicado em 14 de setembro de 2022 às 08h35.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta quarta-feira (14) que a UE fará uma "reforma profunda" do mercado de energia elétrica para enfrentar o aumento dos preços da energia no bloco.

No discurso sobre o Estado da UE, Von der Leyen teve como convidada especial a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, e homenageou a resistência dos ucranianos à ofensiva iniciada pela Rússia.

"Estou aqui, diante de vocês, com a convicção de que, graças a nossa coragem e nossa solidariedade, (o presidente russo, Vladimir] Putin fracassará e a Europa vencerá", disse Von der Leyen.

A presidente da Comissão destacou que a solidariedade da Europa com a Ucrânia permanecerá "inabalável" e, portanto, alertou que as sanções contra a Rússia não serão suspensas.

"Quero deixar muito claro que as sanções vieram para ficar. Este é o momento de mostrar determinação, não apaziguamento", disse.

Durante o discurso, Von der Leyen anunciou que visitará Kiev, capital da Ucrânia, ainda nesta quarta-feira.

Durante a viagem, ela pretende discutir com o presidente Volodymyr Zelensky a continuidade da ajuda europeia à Ucrânia.

Teto para os lucros

No discurso de quase uma hora, Von der Leyen se concentrou nos aumentos dos preços da energia ao consumidor.

Ela afirmou que UE fará uma "reforma completa e profunda" de seu mercado de energia elétrica.

"Além da crise imediata, devemos pensar no futuro. O modelo atual do mercado de eletricidade não faz mais justiça aos consumidores, que deveriam aproveitar os benefícios das energias renováveis de baixo custo", argumentou.

"É necessário desvincular os preços da energia elétrica da influência dominante do gás", acrescentou.

Para Von der Leyen, "em nossa economia social de mercado, os lucros são bons. Mas neste momento é equivocado ter lucros extraordinários beneficiados pela guerra (...) Neste momento, os benefícios devem ser distribuídos e canalizados para aqueles que mais precisam".

De acordo com a presidente da Comissão Europeia, a adoção de um teto para os lucros das empresas geradoras de energia elétrica de baixo custo vai permitir a arrecadação de quase 140 bilhões de euros, que poderão ser utilizados para a redistribuição a residências e empresas vulneráveis.

Os ministros europeus da Energia se reunirão em 30 de setembro para examinar o plano de emergência proposto pela Comissão Europeia, mas algumas ideias apresentadas já dividem os países do bloco por suas diferentes situações energéticas.

Matérias-primas e hidrogênio

Von der Leyen também anunciou a criação de um banco público dedicado ao hidrogênio, com investimentos de quase 3 bilhões de euros.

Também anunciou uma iniciativa para acumular reservas estratégicas para evitar interrupções no fornecimento de matérias-primas cruciais para a indústria do bloco, em particular terras-raras e lítio.

Ela também afirmou que a UE duplicará as capacidades na área de combates a incêndios para o próximo ano com a compra de 10 aviões anfíbios e três helicópteros adicionais.

"Este verão, enviamos aviões da Grécia, Suécia e Itália para combater incêndios, assim como França e Alemanha. Mas à medida que estes eventos se tornam mais frequentes e intensos, a Europa necessitará de mais capacidades", insistiu.

Veja também: 

UE lançará medidas 'sem precedentes' para enfrentar crise energética

Putin ameaça estender racionamento de gás e cortar petróleo para a União Europeia

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