Reunião: os EUA não enviarão nenhuma delegação formal às conversas de Astana (Mukhtar Kholdorbekov/Reuters)
EFE
Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 08h24.
Astana - Os rebeldes e o governo do presidente da Síria, Bashar al-Assad, começaram nesta segunda-feira as conversas de paz em Astana, a capital do Cazaquistão, com mediação de Rússia, aliada do governo sírio, e Turquia, que apoia a oposição.
As conversas, que começaram às 13h40 locais (5h40 de Brasília), 40 minutos mais tarde que o previsto, durarão dois dias, serão a portas fechadas e "indiretas" segundo disse à Agência Efe Osama Abu Zeid, porta-voz do Exército Livre Sírio (ELS), que lidera a oposição armada nas conversas no Cazaquistão.
"Tenho certeza que a reunião em Astana criará as condições necessárias para que todas as partes interessadas encontrem uma solução para a crise síria dentro do processo de Genebra sob a égide da ONU, e fará uma contribuição digna para o estabelecimento da paz e da estabilidade na Síria", afirmou na sessão inaugural o ministro das Relações Exteriores do Cazaquistão, Kairat Abdrajmanov.
Abdrajmanov, que leu uma mensagem do presidente cazaque, Nursultan Nazarbayev, ressaltou que a crise síria só pode ser solucionada através de negociações.
Após concluir o discurso, o ministro cazaque anunciou que as duas delegações começariam o diálogo a portas fechadas, mas não deu detalhes sobre se as conversas seriam diretas ou indiretas.
Está previsto que a rodada de conversas termine às 20h locais (12h de Brasília).
A encenação do começo das conversas aconteceu em uma sala de reuniões do hotel Rixos President Astana, situado em um centro comercial da capital cazaque, onde as delegações se sentaram em torno de uma longa mesa semicircular que mantinha afastados os representantes do governo sírio e da oposição.
Além das duas delegações e de representantes de Rússia e Turquia, as conversas contam com participação do enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, e do vice-ministro das Relações Exteriores do Irã para Assuntos Árabes, Hossein Ansari, que lidera a delegação de seu país.
O governo do novo presidente americano, Donald Trump, anunciou anteontem que não enviará nenhuma delegação formal às conversas de Astana e que o embaixador de Washington no Cazaquistão representará os EUA na conferência.