A ONU estima que 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza estão à beira da fome (Menahem Kahana / AFP/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 6 de março de 2024 às 08h40.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) disse, nessa terça-feira, que seu comboio de ajuda foi bloqueado pelo exército israelense dentro da Faixa de Gaza, sendo em seguida saqueado por "pessoas desesperadas".
A agência da ONU afirmou que o comboio era composto por 14 caminhões com cerca de 200 toneladas de alimentos, e seguia rumo ao norte do enclave, no primeiro carregamento após a suspensão das entregas de ajuda àquela zona, em 20 de fevereiro.
Mas depois de três horas de espera no posto de Wadi Gaza, no centro do território palestino, o comboio foi rejeitado pelo exército israelense e teve de regressar.
Depois de os caminhões terem sido desviados, foram parados por “uma grande multidão de pessoas desesperadas, que saquearam a comida” e levaram cerca de 200 toneladas, informou a agência, em comunicado.
A agência da ONU interrompeu a distribuição de alimentos no norte de Gaza em 20 de fevereiro devido ao “caos e violência total”, depois de outro comboio ter sido baleado e saqueado.
O PAM disse que estava buscando todas as formas de levar alimentos ao norte de Gaza, mas que as estradas eram a única forma de transportar grandes quantidades de alimentos necessários para evitar a fome.
Na manhã de terça-feira, seis toneladas de alimentos – suficientes para 20 mil pessoas – foram lançadas por via aérea em cooperação com a força aérea jordaniana, acrescentou.
“Os lançamentos aéreos são o último recurso e não evitarão a fome”, disse Carl Skau, vice-diretor executivo da agência.
A ONU estima que 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza estão à beira da fome, especialmente no norte, onde as forças israelenses bloqueiam a entrada de ajuda.