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Combater corrupção e desemprego serão primeiras tarefas de Macron

O social liberal, que substituirá o socialista François Hollande, anunciou um plano de medidas de choque assim que chegar ao Palácio do Eliseu

Macron: as eleições legislativas de junho, que renovarão a Assembleia Nacional, indicarão o poder real com o qual contará o novo chefe de Estado (Thomas Samson/Reuters)

Macron: as eleições legislativas de junho, que renovarão a Assembleia Nacional, indicarão o poder real com o qual contará o novo chefe de Estado (Thomas Samson/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de maio de 2017 às 11h36.

Paris - Recuperar a política francesa, que ficou manchada nos últimos meses por escândalos de corrupção, e reformar o mercado de trabalho para voltar a gerar empregos, a principal preocupação dos franceses, são as primeiras tarefas que o novo presidente da França, Emmanuel Macron, prometeu enfrentar.

O social liberal, que substituirá o socialista François Hollande no próximo fim de semana, anunciou um plano de medidas de choque assim que chegar ao Palácio do Eliseu, que serão submetidas à aprovação nos próximos meses e, em muitos casos, por decreto, o que lhe permitirá reduzir os trâmites parlamentares.

As eleições legislativas de junho, que renovarão a Assembleia Nacional, indicarão o poder real com o qual contará o novo chefe de Estado que, caso não consiga uma maioria suficiente, terá que negociar com outros grupos.

Como disse Macron à Agência Efe em uma entrevista recente, "o primeiro texto que será apresentado tratará sobre a moralização e a renovação da vida política" na França, devido à proliferação de casos de corrupção.

O combate à corrupção foi a arma do candidato para resistir a dois de seus principais rivais, o conservador François Fillon e Marine Le Pen, da extrema direita, ambos investigados por supostos casos de má utilização de recursos públicos através de empregos fictícios de assistentes parlamentares.

Mas o ponto mais delicado com o qual o novo presidente terá que lidar é a reforma trabalhista. Macron disse que a reforma aprovada por seu antecessor no ano passado "segue em um bom caminho", mas "é insuficiente", o que dá a entender que seu texto não deverá agradar os sindicatos mais combativos.

Essas centrais levaram às ruas milhares de manifestantes contra o texto de Hollande, batizado como "lei El Khomri" (pelo nome da ministra do Emprego), então é esperado que as mesmas não deem trégua à reforma que será proposta pelo novo presidente.

Seu principal objetivo é permitir que as condições trabalhistas, em particular a jornada de trabalho, sejam negociadas em cada empresa ou em nível setorial para as pequenas e médias empresas, deixando assim de lado os convênios coletivos, uma ideia que os sindicatos consideram que coloca todo o poder nas mãos das entidades patronais.

Para resistir a esse efeito, Macron prometeu um enorme incentivo à formação profissional dos desempregados e dos jovens (seu plano prevê 15 bilhões de euros) e o fortalecimento do seguro desemprego, que será ampliado também aos autônomos.

Por outro lado, o candidato assegurou que retirará esse seguro das pessoas que rejeitarem mais de duas ofertas "decentes" de emprego.

Em favor do novo presidente estará o fato de que os sindicatos mais combativos perderam força.

A CGT perdeu sua posição de principal central operária do país em benefício da CFDT, mais favorável a negociar reformas com o governo e que já havia aceitado a de Hollande.

Macron prevê que a nova Assembleia Nacional que emergirá das eleições legislativas de junho comece a trabalhar já em julho para aprovar novos orçamentos e para que, em setembro, já tenha preparado um novo plano orçamentário para os cinco anos seguintes.

Na mira do novo presidente está estabelecer cortes orçamentais de 60 bilhões de euros.

Outra de suas primeiras medidas, destinada a melhorar o poder aquisitivo da população, será relativa ao imposto municipal de residência, que atualmente é pago por todas as moradias ocupadas e que o presidente eleito quer eliminar para 80% da população com menos recursos.

Essa foi a principal medida social anunciada pelo candidato social liberal, que também adiantou uma redução dos impostos patronais para favorecer a criação de emprego.

Macron também lançará no começo de seu mandato as reformas anunciadas para a educação, especialmente a primária, e para a simplificações das regras administrativas.

No âmbito internacional, está previsto que Macron efetue sua primeira viagem oficial a Berlim, para se reunir com a chanceler alemã Angela Merkel.

O presidente eleito já anunciou que aguardará o resultado das eleições na Alemanha para relançar o projeto europeu de forma conjunta, um contraste com Hollande, que durante a campanha de 2012 tinha avisado que pressionaria Merkel para acabar com as políticas de austeridade.

Assim que assumir sua cadeira no Palácio do Eliseu, Macron reunirá o Conselho de Defesa, um assunto particularmente sensível na França, onde ainda está vigente o estado de emergência, que foi declarado em novembro de 2015 pela onda de atentados jihadistas no país.

O presidente eleito quer melhorar a coordenação dos serviços de inteligência no país e criar uma força de intervenção rápida de combate ao terrorismo que será orientada diretamente pelo Executivo francês, para agir tanto dentro como fora de França.

Macron também se comprometeu a contratar 10 mil agentes para reforçar a segurança no país.

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