Mundo

Líder rebelde da Ucrânia admite posse de sistema antiaéreo

Líder rebelde confirmou que separatistas têm mísseis antiaéreos do tipo que os EUA dizem terem sido usados para derrubar o avião

Separatistas armados pró-Rússia em local da queda de avião da Malaysia Airlines na Ucrânia (Maxim Zmeyev/Reuters)

Separatistas armados pró-Rússia em local da queda de avião da Malaysia Airlines na Ucrânia (Maxim Zmeyev/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 17h09.

Donetsk - Um poderoso líder rebelde ucraniano confirmou que os separatistas pró-Rússia têm mísseis antiaéreos do tipo que os Estados Unidos dizem terem sido usados para derrubar o avião da Malaysia Airlines na semana passada.

Em entrevista à Reuters, o comandante do Batalhão Vostok, Alexander Khodakovsky reconheceu, pela primeira vez desde que o avião foi derrubado no leste da Ucrânia na quinta-feira, que os rebeldes possuem o sistema de mísseis BUK.

Ele ainda insinuou que o BUK pode ser originário da Rússia e que pode ter sido enviado de volta para eliminar provas da sua presença na região.

Antes da derrubada do avião da Malásia, os rebeldes haviam se vangloriado de obter os mísseis BUK, que podem abater aviões de passageiros em altitude de cruzeiro.

Mas desde o desastre, o principal grupo de separatistas, a autoproclamada República Popular de Donetsk, tem negado reiteradamente já ter tido tais armas.

Desde a queda da aeronave, que matou todas as 298 pessoas a bordo, a grande polêmica é quem disparou o míssil que abateu o avião em uma área onde as forças do governo combatem os rebeldes pró-Moscou.

Khodakovsky culpou as autoridades de Kiev por provocarem o que pode ter sido o ataque de míssil que derrubou o avião, dizendo que Kiev lançou ataques aéreos deliberados na área sabendo da presença dos mísseis no local.

"Na ocasião me disseram que um BUK vindo de Luhansk estava chegando sob a bandeira da LNR”, disse, referindo-se à República Popular de Luhansk (LNR, na sigla em inglês), principal grupo rebelde naquela cidade.

“Daquele BUK eu soube. Ouvi falar dele. Acho que o mandaram de volta, porque soube dele no exato momento em que soube da tragédia. Eles provavelmente o enviaram de volta para eliminar provas de sua presença”, declarou Khodakovsky à Reuters na terça-feira.

"A questão é esta: a Ucrânia obteve a tempo provas de que os voluntários têm essa tecnologia, por culpa da Rússia, e não só não tomou nenhuma medida de segurança, mas provocou o uso desse tipo de arma contra um avião com civis inocentes”, afirmou.

“Eles sabiam da existência do BUK e que estava a caminho de Snezhnoye", disse ele, em referência a um vilarejo a 10 quilômetros do local da queda. “Sabiam que seria armado ali, e provocaram seu uso iniciando um ataque aéreo contra um alvo sem necessidade, que seus aviões não atacavam há uma semana."

Os EUA acreditam que os separatistas pró-Rússia abateram o avião “por engano”, sem perceber que era um avião de passageiros, disseram autoridades de inteligência norte-americanas.

Para elas, a “explicação mais plausível” para a destruição do avião civil foi que os separatistas dispararam um míssil russo SA-11, também conhecido como BUK, por tê-lo confundido com outro tipo de aeronave.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoCrise políticaMalaysia AirlinesUcrâniaViolência política

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua