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Com grande policiamento, Barcelona tenta voltar à normalidade

O final do ato oficial de homenagem às vítimas dos ataques terroristas em Barcelona e Cambrils marcou o início da atividade comercial da região

Ataque em Barcelona: centenas de cidadãos foram ao local para acender velas e deixar flores (Susana Vera/Reuters)
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EFE

Publicado em 18 de agosto de 2017 às 17h34.

Barcelona - O centro de Barcelona , com a Praça da Catalunha como ponto nevrálgico, começou a recuperar a normalidade nesta sexta-feira com a reabertura de lojas, bares e restaurantes, depois do minuto de silêncio feito pelos atentados na Catalunha, ainda que com forte presença policial.

O final do ato oficial de homenagem às vítimas dos ataques terroristas em Barcelona e Cambrils marcou o início da atividade comercial da região, com lugares emblemáticos retomando suas atividades, os mesmos lugares que ontem serviram de esconderijo para as pessoas que fugiam.

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Até então, o acesso ao centro da cidade estava restrito aos carros e só era possível acessá-lo a pé. As estações de metrô mais próximas, no entanto, permaneceram com o funcionamento suspenso.

Ao meio-dia (horário local; 7h em Brasília), mais de 100 mil pessoas, incluindo o rei Felipe VI, ocuparam a Praça da Catalunha para repudiar o terrorismo e apoiar às vítimas, em um ato que terminou com gritos de "Não tinc por" (Não tenho medo), que ecoou por toda a praça. O presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, destacou a "admirável" resposta da sociedade, "reconquistando" a normalidade e o espaço público "para ganhar a batalha contra o terrorismo".

Os serviços de metrô e de ônibus também voltaram a funcionar.

Apesar de o centro da capital catalã ter voltado a ficar cheio de turistas e locais ao longo do dia, a presença policial era mais do que visível, com vans dos Mossos d'Esquadra (polícia do governo regional da Catalunha) bloqueando a entrada de veículos na Praça da Catalunha durante boa parte da manhã. A ausência de carros contrastava com a grande presença de unidades móveis da imprensa que acompanha e repercute o caso.

Ao longo do dia, La Rambla, a badalada avenida onde ontem aconteceu o atentado que deixou 14 mortos e mais de 100 feridos, voltou a ficar cheia de gente, apensa de a agitação ter dado lugar a um clima mais calmo, com as pessoas mais contidas.

Centenas de cidadãos foram ao local para acender velas e deixar flores. Uma das velas foi colocada em frente ao Grande Teatro do Liceu, também conhecido como Liceu Opera Barcelona, em cima de um cartaz que dizia "Catalunya, lloc de pau" ("Catalunha, lugar de paz").

Outro local escolhido para homenagens foi a Fonte de Canaletas, onde geralmente os fãs do Barcelona comemoram as vitórias do time e cuja base ficou repleta de flores hoje.

Em uma floricultura, hoje fechada, um cartaz dizia: "deixe sua mensagem de amor". Não demorou muito, e papéis e canetas começaram a passar de mão em mão, e vários papeis coloridos foram colados com pequenos textos de incentivo. Na mesma rua, o Mercado La Boqueria, um dos lugares mais visitados da cidade, mantinha as portas fechadas, mas na cerca externa, uma bandeira da União Europeia e algumas palavras em catalão, espanhol e inglês lembravam o que tinha acontecido: "Lado a lado. Diferenças. Paz".

Barcelona, a segunda maior cidade da Espanha e capital da região da Catalunha, recebe anualmente milhões de turistas do mundo todo, atraídos pelas ofertas de cultura e lazer. Hoje, os turistas continuam chegando ao Aeroporto El Prat e, apesar da nítida tristeza, se mostravam determinados a não deixar o medo vencer.

"Não faremos mudança alguma nos nossos planos nem nada que possa significar dar razão a essa gente louca", disse Michael, um americano que mora em Portugal.

Lewis, um cidadão do Reino Unido, disse ter a mesma opinião.

"Sentimos muita tristeza, mas não vamos mudar o que planejamos. Vamos aproveitar os lugares porque é o que temos que fazer, continuar".

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