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Com drones e caças, China exibe força militar em feira de aviação

O gigante asiático exibiu as armas durante a principal feira de equipamentos aéreos do país, a "AirShow China", na cidade costeira de Zhuhai

Demontração de caças chineses durante a feira de equipamentos aéreos de Zhuhai, em 28 de setembro de 2021

 (AFP/AFP)

Demontração de caças chineses durante a feira de equipamentos aéreos de Zhuhai, em 28 de setembro de 2021 (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 28 de setembro de 2021 às 10h19.

Última atualização em 28 de setembro de 2021 às 10h56.

A China exibiu nesta terça-feira (28) os novos equipamentos de sua Força Aérea, como drones de vigilância e de ataque e um avião de guerra eletrônico, em um momento de tensão crescente com Estados Unidos e Taiwan.

O gigante asiático exibiu as armas durante a principal feira de equipamentos aéreos do país, a "AirShow China", na cidade costeira de Zhuhai (sul).

O governo chinês adotou como prazo limite o ano de 2035 para concluir a modernização de seu exército, ainda atrasado em comparação com os Estados Unidos em termos de tecnologia e investimento.

Mas os analistas advertem que o país asiático está reduzindo rapidamente a diferença.
Um relatório recente dos serviço de inteligência americano alertou para a crescente influência da China, considerada a maior ameaça para os Estados Unidos.

Entre as principais novidades apresentadas estão o drone WZ-7, de 14 metros de comprimento, concebido para o reconhecimento de fronteiras e patrulha marítima.

A China também apresentou o avião J-16D, um caça destinado à "guerra eletrônica", capaz de bloquear ou destruir as emissões de rádio e os sistemas de comunicação do adversário.

De acordo com especialistas citados pela imprensa chinesa, este avião pode atacar instalações de radar ou sistemas aéreos de alerta e controle (Awacs, na sigla em inglês).

Tanto o drone como o caça, que já estão sendo utilizados, "terão um papel importante no Estreito de Taiwan e no Mar da China Meridional", afirmou o analista militar Song Zhongping à AFP.

Objetivo: exportar

Além disso, as autoridades também apresentaram nesta terça-feira um drone polivalente de reconhecimento e de ataque CH-6. Com 15 metros de comprimento e envergadura de mais de 20 metros, será testado em 2023.

Os criadores afirmam que poderá voar a grande altitude (10.000 metros) e com grande velocidade (entre 500 e 700 km/h) durante 20 horas. Além disso, o drone poderá incorporar radares, sistemas de reconhecimento, mísseis e bombas ar-terra.

Diante dos países ocidentais, que hesitam em vender seus drones mais avançados a outras nações - exceto os aliados mais próximos -, a China se posiciona como um "fornecedor alternativo" com preços relativamente acessíveis, destacou à AFP Klevin Wong, da agência britânica Janes, especializada em defesa.Vários exércitos utilizam drones chineses, como os da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.

Avanço importante

O caça J-16D demonstra "a melhora global" das capacidades de combate da China, destaca James Char, especialista da Universidade Tecnológica Nanyang, de Singapura.

"Podemos falar de avanço importante, pois isto dá ao exército chinês uma vantagem em termos de guerra eletrônica aérea, contra alvos que têm importantes capacidades de defesa aérea", disse Char.

Mesmo assim, muitos especialistas insistem que a China continua atrasada em relação aos Estados Unidos, especialmente na área dos motores para seus aviões militares e no número de satélites de comunicação necessários para realizar suas operações.

Ainda assim, o país tem um sistema de defesa aérea e marítima confiável para contra-atacar uma eventual ofensiva americana, disse Justin Bronk, analista do britânico Royal United Services Institute.
"Perto de suas bases, os chineses levam vantagem sobre os americanos, que estão longe das suas. A China chegou a um ponto em que representa um sério desafio para os Estados Unidos neste nível", disse.

Na feira de Zhuhai também estão presentes os principais nomes do setor aéreo civil, tanto a nível nacional como internacional, incluindo Boeing e Airbus. O evento, bienal, deveria ter acontecido no fim de 2020, mas foi adiado devido à pandemia.

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