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Colonos radicais são suspeitos de atearem fogo em mesquita

Uma mesquita de uma aldeia do norte da Cisjordânia foi queimada na madrugada de ontem, o que aparenta ser um novo ataque de colonos judeus radicais


	Palestino protesta no muro de separação de Israel na Cisjordânia: ataque ocorreu na aldeia de Deir Istia, perto da cidade de Salfit
 (Abbas Momani/AFP)

Palestino protesta no muro de separação de Israel na Cisjordânia: ataque ocorreu na aldeia de Deir Istia, perto da cidade de Salfit (Abbas Momani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 08h56.

Jerusalém - Uma mesquita de uma aldeia do norte da Cisjordânia foi queimada na madrugada de ontem, o que aparenta ser um novo ataque de colonos judeus radicais para sabotar as conversas de paz entre israelenses e palestinos, informou nesta quarta-feira a imprensa local e fontes oficiais.

O ataque, que causou danos materiais no templo, ocorreu na aldeia de Deir Istia, perto da cidade de Salfit.

O prefeito da localidade, Ayub abu Hizle, disse que os agressores entraram na mesquita durante a madrugada e que o fogo foi detectado pouco depois por um morador que se encarrega de abrir o templo para a oração do amanhecer.

"Às 4h (locais), quando se aproximava da mesquita, descobriu que o fogo consumia a porta de entrada e o solo ao seu ao redor", afirmou o prefeito ao jornal "Yedioth Ahronoth".

Em uma das paredes do exterior da mesquita foram pichadas as frases "Lembrança de Kusra", "Vingança de sangue" e "Árabes fora".

Kusra é a aldeia palestina onde na semana passada um grupo de onze jovens colonos radicais teve que ser resgatado pelo exército israelense quando entraram no povoado em plena luz do dia para enfrentar a população local palestina.

Os moradores da aldeia encurralaram os colonos em um imóvel e só a intervenção de um grupo de ativistas internacionais e palestinos evitou seu linchamento.


Pouco depois, o exército israelense entrou no local para separar os grupos e prender os colonos, entre os quais estava um dos netos do ultranacionalista rabino Meir Kahane, assassinado em Nova York em 1990 por um islamita de nacionalidade egípcia.

Abu Hizle declarou que "não esperava que a vingança pelo ocorrido em Kusra fosse acontecer em sua aldeia", mas revelou que a segurança foi reforçada à noite pois o local já foi atacado no passado por colonos.

Por meio de um comunicado, o exército israelense considerou "muito grave estes tipos de fatos que desviam a atenção de suas forças de sua principal missão, lutar contra o terrorismo" e que "põem em perigo a relativa estabilidade na zona".

A queima de mesquitas e carros e a destruição de propriedade palestina na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, o que se tornou frequente nos últimos anos, são atribuídas a um grupo conhecido como os "Jovens das Colinas", ala mais extremista do movimento colonizador judeu.

Há alguns anos, o grupo começou a responder violentamente a ataques palestinos contra alvos israelenses e a decisões do governo e do exército israelense que os prejudicam.

No fim de semana passado supostos ativistas deste grupo destruíram o carro do comandante israelense na região, também em reação aos fatos em Kusra.

Os "Jovens da Colinas" intensificaram os ataques na Cisjordânia após o início das conversas de paz em julho do ano passado, no qual se negocia o futuro dos assentamentos judaicos.

A maioria dos ataques contra alvos palestinos, e inclusive contra o próprio exército israelense, ficaram impunes, segundo os políticos mais críticos devido à falta de vontade do governo de Benjamin Netanyahu de se opor aos colonos.

Hoje, o deputado trabalhista Eitan Cabel anunciou que apresentará ao governo uma proposta de lei para tipificar as atividades deste grupo radical como "terrorismo".

"Será uma oportunidade para que o governo demonstre que tem a intenção de abordar realmente este problema e que não continuará olhando para o outro lado", afirmou o deputado.

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