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Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2015 às 21h09.
Nas ruas, nas bibliotecas e nos museus, em meios de comunicação e nas redes sociais, a Colômbia homenageava nesta sexta-feira um de seus filhos mais ilustres, o Nobel de literatura Gabriel García Márquez, quando se completa um ano de sua morte neste 17 de abril.
Sob o lema "Gabo vive entre nós", com o qual se quer aprofundar na obra em que o gênio do realismo mágico "deixou gravada sua imortalidade", foram programadas exposições, conferências, apresentações de dança, música e teatro.
Assim, a Biblioteca Nacional inaugurou, na tarde desta sexta-feira, a exposição "Um espelho do mundo", na qual se poderá contemplar a máquina de escrever em que García Márquez produziu seu principal romance, "Cem anos de solidão" e ver a medalha que ele recebeu ao ganhar o Prêmio Nobel de Literatura em 1982, entre outros objetos.
Cartazes com a inscrição "Bem-vindos a Macondo", o povoado mágico criado por García Márquez, adornam a capital colombiana, convidando turistas e moradores à 28ª Feira Internacional do Livro de Bogotá. Este ano, Macondo é o convidado de honra do evento, que será realizado entre 21 de abril e 4 de maio com uma série de atividades dedicadas ao escritor.
Mas os esforços para lembrá-lo não se limitam aos espaços fechados.
Em uma concorrida avenida do centro da capital foi exibido nesta semana um mural gigante na fachada de um edifício, onde um sorridente García Márquez aparece junto da inscrição "Macondo".
As homenagens ao "filho do telegrafista de Aracataca", povoado do norte da Colômbia onde nasceu, em 6 de março de 1927, Gabriel José de la Concordia García Márquez, invadiram, inclusive, as redes sociais. Desde muito cedo, no Twitter, eram populares as hashtags #GaboVive, #GaboViveEntreNosotros, #GraciasGabo e #UnAñoSinGabo.
"Gabito, sentimos você muito próximo. Para seu @FNPI_org não foi um ano de ausência, mas uma presença diferente, renovada e inspiradora", tuitou Jaime Abello, para muitos o guardião do legado jornalístico do escritor através da Fundação Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI) que dirige.
Alusões às borboletas amarelas, ícones de García Márquez, aos eternos personagens de seus livros e a seus encontros mais comentados eram repetidos entre internautas de todas as partes do mundo, bem como fotos e máquinas de escrever e da 'guayabera' (camisa típica caribenha) branca recebendo o Nobel, em Estocolmo.
"#GaboVive nos livros que, nas entrelinhas, nos convidam a criar nosso próprio Macondo", escreveu no Twitter um usuário identificado como Daniel Pinilla.
"Um ano depois, amamos tanto #Gabo", derreteu-se a escritora espanhola Eugenia Rico.
Em Aracataca, para muitos a Macondo real, também se sucediam nesta sexta-feira as homenagens ao homem que, com sua imaginação fértil, pôs a cidade no mapa. Após os temporais desta semana, segundo os moradores para chorar o aniversário de morte do Nobel, houve esta manhã uma missa e estavam previstos atos folclóricos, uma exposição de arte e vários colóquios.
Em jornais, rádios e emissoras de TV também se falava de "um ano de solidão" sem Gabo. O jornal "El Espectador", no qual García Márquez se formou como jornalista e escritor, publicou nesta sexta-feira um de seus melhores textos internacionais.
Um dos maiores expoentes do fenômeno literário conhecido com o 'boom' latino-americano e gênio do realismo mágico, García Márquez morreu aos 87 anos no México, país onde vivia desde seu exílio na Colômbia na década de 1980.
Se seu vasto legado, que inclui contos, romances, artigos jornalísticos e roteiros cinematográficos, destacam-se "Cem anos de solidão" (1967), traduzido a 35 idiomas e que teve mais de 30 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.