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Colômbia divulga provas de ligação de ex-guerrilheiro com cartel

Em foto distribuída pela procuradoria é possível ver Santrich reunido com uma pessoa identificada como enviada de cartel mexicano

Jesús Santrich: O partido das Farc expressou sua "solidariedade" a Santrich e reitera sua percepção de que foi vítima de um "montagem" (Adalberto Roque/AFP)

Jesús Santrich: O partido das Farc expressou sua "solidariedade" a Santrich e reitera sua percepção de que foi vítima de um "montagem" (Adalberto Roque/AFP)

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EFE

Publicado em 10 de abril de 2018 às 22h50.

Bogotá - O Ministério Público da Colômbia divulgou nesta terça-feira material que demonstra que Jesús Santrich, líder do partido das Farc detido ontem em Bogotá por crimes relacionados com o narcotráfico, estabeleceu contatos com um cartel mexicano.

Em uma das fotos distribuídas pela procuradoria é possível ver Santrich reunido com uma pessoa identificada como enviada desse cartel mexicano.

Santrich, codinome de Seuxis Pauxias Hernández Solarte, de 51 anos, foi detido por ordem da procuradoria colombiana com base em uma circular vermelha da Interpol a pedido da Justiça dos Estados Unidos, que o acusa de ter um acordo para exportar 10 toneladas de cocaína a esse país depois da assinatura do acordo de paz, ocorrida em 24 de novembro de 2016.

Junto a ele foram detidos Armando Gómez, Fabio Simón Younes Arboleda e Marlon Marín, este último sobrinho do segundo em comando da antiga guerrilha, Iván Márquez.

Entre as provas divulgadas hoje pela procuradoria está um desenho aparentemente de autoria de Santrich e enviado a Rafael Caro, chefe do narcotráfico mexicano.

Esse desenho de uma figura humana, com data de 2 de novembro de 2017, tem uma dedicatória: "Para Don Rafa Caro, com apreço e esperança de paz. Santrich".

Entre as conversas interceptadas e publicadas pela procuradoria há algumas entre Marlon Marín e um assistente de Santrich, que em um dos diálogos diz "tudo é com ele", em aparente referência ao líder do partido das Farc.

Em outra Marín fala com quem aparentemente é o laço com o cartel mexicano sobre a entrega de "5.000 televisores" em troca de dinheiro, e segundo a procuradoria, "a partir desse momento concretiza-se o negócio".

A conversa parece fazer referência a cinco quilos de cocaína que, segundo a circular da Interpol, foram entregues por um dos detidos hoje como "amostra" aos compradores.

No terceiro áudio surge o próprio Santrich, que dialoga sobre uma reunião com uma pessoa à qual não mencionam e à qual o ex-guerrilheiro quer encontrar.

O partido das Farc divulgou hoje um comunicado no qual expressa sua "solidariedade" a Santrich e reitera sua percepção de que foi vítima de um "montagem", ao mesmo tempo em que assegura que, por esta detenção, o acordo de paz da Colômbia está em "seu ponto mais crítico". EFE

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