Exame Logo

Colheita de ópio no Afeganistão cresce com saída de tropas

Colheita de ópio do Afeganistão terá um novo crescimento neste ano, disse a ONU nesta quarta-feira

Ópio: cultivo cresceu para 224 mil hectares em 2014, de acordo com pesquisa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 09h32.

Cabul - A colheita de ópio do Afeganistão terá um novo crescimento neste ano, disse a ONU nesta quarta-feira, apresentando ao novo presidente do país o desafio de lidar com o comércio que abastece a insurgência liderada pelo Taliban, após a saída da missão militar internacional do país.

O cultivo de ópio cresceu para 224 mil hectares em 2014, de acordo com pesquisa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC, na sigla em inglês), representando uma alta de 7 por cento sobre o ano passado, com crescimento na maioria das províncias produtoras de papoula no Afeganistão.

A pesquisa deve incomodar ainda mais os doadores de ajuda que investiram milhões de dólares na erradicação desses cultivos, apenas para vê-los crescer a níveis sem precedentes, alimentado a corrupção e a instabilidade no país.

O número mostrou que os esforços contra narcóticos fracassou, disse Jean-Luc Lemahieu, do UNODC, a repórteres, acrescentando que ainda há esperança de sucesso sob o novo governo.

“Mudar os incentivos econômicos da economia ilícita para a economia lícita: essa é uma tremenda tarefa, mas é isso que esse governo tem que representar”, disse Lemahieu, diretor do UNODC para análise de políticas e assuntos públicos.

O presidente Ashraf Ghani tomou posso no fim de setembro, após meses de tensão sobre quem havia vencido as eleições. A disputa política acelerou um agudo problema econômico no país causado pela saída de tropas estrangeiras.

“Para ele, a criminalização da economia e da política do Afeganistão é um dos principais problemas, e penetra em tudo e qualquer coisa que o país quer conquistar”, afirmou Lemahieu.

O Taliban continuará sendo uma grande força após o fim da missão de combate liderada pelos EUA, ao final deste ano, tendo reconquistado território em antigos bastiões.

O Afeganistão produz mais de 80 por cento do ópio ilícito do mundo e os lucros ajudam a financiar a insurgência. A maior colheita fez os preços caírem, segundo a UNODC, mas os lucros dos produtores de 850 milhões de dólares já representam 4 por cento do produto interno bruto.

Ghani tem um plano amplo para lidar com o problema das drogas, disse Lemahieu, incluindo a criação de incentivos para fazendeiros plantarem colheitas alternativas e a perseguição a traficantes.

Os EUA já gastaram 7,6 bilhões de dólares contra narcóticos no Afeganistão desde que expulsou o Taliban do poder em 2001, de acordo com uma agência fiscalizadora do governo norte-americano.

Veja também

Cabul - A colheita de ópio do Afeganistão terá um novo crescimento neste ano, disse a ONU nesta quarta-feira, apresentando ao novo presidente do país o desafio de lidar com o comércio que abastece a insurgência liderada pelo Taliban, após a saída da missão militar internacional do país.

O cultivo de ópio cresceu para 224 mil hectares em 2014, de acordo com pesquisa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC, na sigla em inglês), representando uma alta de 7 por cento sobre o ano passado, com crescimento na maioria das províncias produtoras de papoula no Afeganistão.

A pesquisa deve incomodar ainda mais os doadores de ajuda que investiram milhões de dólares na erradicação desses cultivos, apenas para vê-los crescer a níveis sem precedentes, alimentado a corrupção e a instabilidade no país.

O número mostrou que os esforços contra narcóticos fracassou, disse Jean-Luc Lemahieu, do UNODC, a repórteres, acrescentando que ainda há esperança de sucesso sob o novo governo.

“Mudar os incentivos econômicos da economia ilícita para a economia lícita: essa é uma tremenda tarefa, mas é isso que esse governo tem que representar”, disse Lemahieu, diretor do UNODC para análise de políticas e assuntos públicos.

O presidente Ashraf Ghani tomou posso no fim de setembro, após meses de tensão sobre quem havia vencido as eleições. A disputa política acelerou um agudo problema econômico no país causado pela saída de tropas estrangeiras.

“Para ele, a criminalização da economia e da política do Afeganistão é um dos principais problemas, e penetra em tudo e qualquer coisa que o país quer conquistar”, afirmou Lemahieu.

O Taliban continuará sendo uma grande força após o fim da missão de combate liderada pelos EUA, ao final deste ano, tendo reconquistado território em antigos bastiões.

O Afeganistão produz mais de 80 por cento do ópio ilícito do mundo e os lucros ajudam a financiar a insurgência. A maior colheita fez os preços caírem, segundo a UNODC, mas os lucros dos produtores de 850 milhões de dólares já representam 4 por cento do produto interno bruto.

Ghani tem um plano amplo para lidar com o problema das drogas, disse Lemahieu, incluindo a criação de incentivos para fazendeiros plantarem colheitas alternativas e a perseguição a traficantes.

Os EUA já gastaram 7,6 bilhões de dólares contra narcóticos no Afeganistão desde que expulsou o Taliban do poder em 2001, de acordo com uma agência fiscalizadora do governo norte-americano.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoÁsiaDrogasONU

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame